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Bispos do Congo condenam violação de domícilio no país

A Conferência Episcopal do Congo condenou "a violação de domicilio" cometido pelo Presidente do Município de Gombe que entrou no Centro interdiocesano e rasgou faixas onde se liam frases contra um terceiro mandato do Presidente Joseph Kabila e contra a revisão da Constituição.

Dulce Araujo - Cidade do Vaticano


A Conferência Episcopal do Congo – CENCO - condena – através de um comunicado – as violências no país. Os Bispos protestam contra aquilo que definem de “violação de domicílio” cometida pelo Presidente do Município de Gombe, que rasgou, ele próprio, algumas faixas do Conselho do Apostolado dos Leigos Católicos do Congo (CALCC) colocados no recinto do Centro inter-diocesano de Kinshasa. Nas faixas liam-se frases contra um terceiro mandato do Presidente Joseph Kabila.

O facto aconteceu na tarde do dia 2 de Junho, quando Dolly Makambo, Presidente do Município de Gombe, uma zona de Kinshasa, capital da RDC, acompanhado por um guarda, irrompeu-se pelo centro diocesano adentro e rasgou as faixas, visíveis, segundo ele, da rua. Nas faixas lia-se “Nenhum terceiro mandato para o Presidente da Republica” e “Nenhuma revisão da Constituição”, dois pontos-chave do acordo de 31 de Dezembro de 2016, obtido com a mediação dos  Bispos.

Padre Donatien Nsholé, Secretário Geral da CENCO não escondeu a sua indignação ao afirmar que “o polícia, armado, ameaçou disparar contra o guarda do Centro que não teve outra escolha senão pôr-se de lado. É uma flagrante violação de domicílio e uma violência cometida por um funcionário” – disse P. Nsholé, que anunciou acções legais se o Presidente do Município não pedir desculpas “ao povo congolês”

O Presidente do Município replicou: “a mim, antes de mais, não interessa o que está escrito nas faixas. Digo que tudo o que é publicidade ou propaganda requer autorização da Cidade ou do Município. Também os músicos que fazem publicidade em Gombe sem licença, vêem-nas arrancadas.”

O episódio é apenas o mais recente de uma série de provocações contra a Igreja e as associações do laicado católico que pedem respeito pela Constituição e pelos Acordos de 31 de Dezembro de 2016 – informa a agencia Fides.

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01 abril 2018, 17:43