Eritreia: Religiosos louvam oferta de paz da Etiópia
Vatican News - Cidade do Vaticano
"O passo dado pelo governo da Etiópia é positivo e enche os nossos corações de felicidade. Agora cabe a Isayas Afeworki (Presidente da Eritreia) agir. Ele decidirá se realmente quer fazer as pazes" - estes são alguns dos comentários dos religiosos e religiosas católicos na Eritreia.
Etiópia pronta a ceder os territórios disputados
Em abril deste ano, Abiy Ahmed tornou-se Primeiro-ministro etíope. O mais jovem chefe de governo da África, com 42 anos de idade, Abiy surpreendeu a muitos, dentro e fora da Etiópia, com a sua agenda radical de reformas desde que assumiu o poder. Rapidamente levantou o estado de emergência; prometeu acabar com meses de protestos mortais e libertou milhares de presos políticos. Na terça-feira, 5, Abiy anunciou que a Etiópia implementaria o acordo de paz de Argel que exige que o País ceda os territórios disputados com a Eritréia, incluindo a cidade fronteiriça de Badme, que ocupa há mais de vinte anos.
Na raiz de tudo isso está um amargo e sangrento conflito de dois anos entre a Etiópia e a Eritréia que levou à perda de milhares de vidas em ambos os lados. As tensões e a inimizade têm persistido dando ao governo da Eritreia uma desculpa conveniente para a repressão do seu povo, alegando a importância de estar pronto para a guerra com a Etiópia.
Religiosos eritreus apelam à reconciliação
Esta semana, os religiosos da Eritreia elogiaram a disposição da Etiópia em ceder os territórios disputados à Eritreia e pôr fim às tensões que duram há vinte anos.
"O que nos perguntamos é se a paz com a Etiópia é realmente conveniente para Isayas Afeworki", disseram à Agência Fides os religiosos que pediram o anonimato por razões de segurança.
A Eritreia é considerada um dos Países mais repressivos do mundo. O governo da Eritreia exerce poder absoluto sobre o País e baniu os partidos da oposição no País. O Estado não tem órgãos de informação ou media independentes. O Conselho de Segurança das Nações Unidas impôs um embargo de armas à Eritreia em 2009 porque o governo estava a fornecer apoio político, financeiro e logístico a grupos militantes na Somália, embora Eritreia tenha sempre negado a acusação.
Eritreus e etíopes são irmãos e irmãs
Os religiosos da Eritreia dizem que sonham com um País onde haja paz.
"Etíopes e eritreus são irmãos e irmãs. Têm as mesmas origens. Falam línguas que provêm da mesma família linguística (ge'ez). Têm as mesmas tradições religiosas, os mesmos trajes e até mesmo a mesma cozinha. E são chamados à reconciliação e a viver juntos", diz a Agência Fides, citando os religiosos e religiosas da Eritréia.
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