Quando não há dinheiro, tem que haver imaginação – Ana Miranda
Dulce Araújo - Cidade do Vaticano
Muitos tentaram desencorajá-la no início. Mas Ana Miranda não desistiu. Acha que quando há boa vontade e imaginação é possível encontrar apoios e fazer coisas boas. O importante é ter iniciativa. Foi assim que se lançou na criação do Arte Institute, uma organização sem fins lucrativos de direito americano, com base em Nova Iorque. Missão: difundir a arte contemporânea portuguesa no mundo. Mas depressa as coisas se alargaram a todo o mundo da CPLP e agora já leva a arte desses países a várias partes do mundo.
Algumas iniciativas em África
Uma das mais recentes iniciativas foi o Festival de Literatura dos países de língua portuguesa realizada pela primeira vez em São Tomé e Príncipe, em Março deste ano, juntamente com a Casa Editora “Rosa de Porcelana”, e a próxima vai ser o Festival de Curtas-Metragens no mês de Setembro em Cabo Verde.
O segredo do sucesso do Arte Institute não são mecenas à moda antiga, mas parcerias em que todos têm uma contrapartida. E o projecto já chegou mesmo a ser considerado “modelo de negócios para a cultura.”
Ideias a fervilhar quando volta da África
Esta actividade tem levado a Ana muitas vezes à África, de onde volta sempre com muitas ideias a fervilhar na cabeça, pois descobre sempre uma África diferente daquela dos tempos em que andava na escola. Sorrisos contagiantes de crianças, artistas de talento que deveriam ser mais conhecidos cá fora, muito por fazer. Daí projectos conjuntos para dar a conhecer a arte dos países que falam a língua de Camões, no mundo. E ela está determinada em ir para a frente.
Colaborar com a CPLP para a promoção cultural
A ocasião para a conversa com a Rádio Vaticano foi a apresentação do livro “O Albergue Espanhol” da autoria de Jorge Carlos Fonseca, Presidente da Republica de Cabo Verde, edição “Rosa de Porcelana”. Foi em Roma, no dia 30 de Julho de 2018. E como Cabo Verde estava para iniciar a presidência de turno da CPLP (2018-2020), Ana não terá perdido a ocasião para falar com o Chefe de Estado cabo-verdiano sobre o reforço da difusão da arte nessa organização que reagrupa nove países membros e muitos observadores. A sua esperança é que possam “continuar a colaborar em projectos culturais que promovam todos os países da CPLP e principalmente aumentar a promoção dos mesmos nos EUA” – disse-nos posteriormente à entrevista, que teve de ser interrompida para o início da apresentação do livro.
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