África do Sul: Igreja condena actos xenófobos no País
Cidade do Vaticano
A onda de violência contra estrangeiros que em agosto último fez 4 mortos, vários feridos e saques nas cidades sul-africanas de Zeerust e Soweto foi veementemente condenada por Dom Buti Tlhagale, arcebispo de Joanesburgo e presidente da Comissão para Migrantes e Refugiados da Conferência dos Bispos da África Austral que engloba África do Sul, Botswana e Swazilândia.
Alvo: estabelecimentos comerciais de estrangeiros
“Mais uma vez tivemos que testemunhar nos media imagens de sul africanos bem vestidos e nutridos a saquear estabelecimentos comerciais de estrangeiros, violentando os proprietários com ameaças de morte” disse o arcebispo sul-africano. No seu discurso o prelado disse ter ficado chocado ao ver os saqueadores a carregarem geleiras, fogões e outros equipamentos em camiões diante de olhar indiferente da polícia.
Não à justiça por mãos próprias
Quanto às acusações que muitos nativos fazem contra estrangeiros de serem vendedores de drogas, produtos contrafeitos ou fora de prazo, o arcebispo disse que nem com isso não havia razões para fazer a justiça pelas próprias mãos, mas que tais casos fossem levados às autoridades competentes. Não havia razões de fazer justiça pelas próprias mãos, sublinhou o arcebispo Tlhagale.
Ódio contra qualquer pessoa é contra mandamento do amor
Perante um país onde 80% da população se declara cristã, o arcebispo convidou a todos a terem em conta a um dos mandamentos mais importante que é de “amar ao próximo como a assim mesmo”. Ainda acrescentou que o ódio contra qualquer pessoa, mesmo de nacionalidade, tribo, raça, género ou religião diferente, é uma violação directa do mandamento do amor ao próximo.
280 mil refugiados e pedintes de asilo
Segundo o Alto Comissariado para os refugiados na Africa do Sul há 280.00 refugiados e pedintes de asilo. Desde 1994 que nas províncias sul-africanas de Gauteng, Cabo Ocidental, Free State, Limpopo e KwaZulo Natal registam casos de ataques xenófobos, alvos sendo na sua maioria nigerianos, zimbabweanos, moçambicanos e somalis que se encontram naquele país da África austral.
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