Nos Camarões Paul Biya promete sanar questão secessionista
Cidade do Vaticano
"Tenho a profunda convicção de que a esmagadora maioria dos nossos compatriotas no Noroeste e Sudoeste do País deseja retornar rapidamente à paz dentro da comunidade nacional, disse o Presidente dos Camarões Paul Biya, de 85 anos de idade, durante o discurso de início do seu 7° mandato, depois de 36 anos no poder.
No discurso Biya acusou os secessionistas que, no seu entender, “continuam a impor suas ameaças a esta parte do País” (Noroeste e Sudoeste) ao ponto de não terem podido exercer o seu direito de voto nas recentes eleições presidenciais. Quanto a esses “empresários de guerra que estão a minar a nossa unidade nacional e defendem a secessão”, assegurou o Presidente, eles deverão enfrentar o rigor da lei e a determinação das forças de defesa e segurança.
Paul Biya terminou com um apelo aos separatistas para que deponham as armas e enveredem pelo caminho certo, pois “sem dúvida alguma, o destino dos nossos compatriotas no Noroeste e Sudoeste inscreve-se no quadro da nossa República".
Libertados os 79 estudantes sequestrados
Entretanto, os 79 estudantes sequestrados na segunda-feira e pertencentes a uma escola presbiteriana de Bamenda, capital da região anglófona do Noroeste dos Camarões, foram libertados – anunciou nesta quarta-feira, 7/11, Issa Bakary Tchiroma, ministro das Comunicações dos Camarões, sem especificar as condições sob as quais a liberação foi obtida.
Os estudantes haviam sido sequestrados na noite de domingo para segunda-feira, juntamente com três membros da administração do estabelecimento. Homens armados não identificados haviam invadido o estabelecimento que se encontra no ponto mais alto da cidade. Mas ainda não há notícias dos três adultos raptados com eles. "Ainda não sei da situação dos três membros da administração", disse o ministro da Comunicação.
Um movimento separatista virulento no País
Era a primeira vez que um sequestro em massa acontecia nos Camarões. Nenhuma reivindicação foi avançada neste sequestro misterioso mas, para o porta-voz do governo, os responsáveis são os separatistas da Ambazónia. Um vídeo que circula na Internet segue nesta direção: se podem ver onze adolescentes da escola de Bamenda. Todos repetem que foram sequestrados pelos "Amba boys", os separatistas anglófonos . "Vamos abrir as nossas próprias escolas aqui", diz um homem que está a filmar a cena, que acrescenta: "Ficaremos unidos a lutar pela Ambazónia".
A Ambazónia é o Estado que os separatistas gostariam de criar. As suas reivindicações surgiram no final de 2016 nos Camarões, nas duas regiões anglófonas, no Noroeste e Sudoeste do País. Durante vários meses, tem havido confrontos quase diariamente entre o exército e os separatistas, agrupados em grupos dispersos na floresta equatorial. Os separatistas também declararam um boicote às escolas: segundo eles, o sistema escolar francófono marginaliza os estudantes anglófonos.
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