O Viveiro-Tete: um lugar para crescer integralmente na alegria
Dulce Araújo - Cidade do Vaticano
“Quem educa uma menina educa uma nação” – costumava dizer o historiador do Burkina-Faso, Joseph Kizerbo. E é este o lema do Centro “O Viveiro-Tete” que se ocupa de meninas órfãs, em Chitima, Moçambique.
O Centro que hospeda 20 meninas, é dirigido pelo casal Lúcia e Tomé. Ali as meninas recebem uma educação integral (trabalhos manuais, agricultura, religião, jogos, etc.) que reforça a educação formal que recebem em escolas públicas.
Escolarização contra casamento precoce
O Centro nasceu graças ao P. Eusébio que, vivendo na região, constatou que algumas meninas que via ir para a escola, a um dado momento desapareciam: alegadamente por falta de meios, os pais tiravam-nas da escola e davam-nas em casamento precocemente. Decidiu então ajudar as famílias com alguma coisa à condição de que as meninas voltassem para escola. Mas, iniciado esse pacto, ele é mandado para Roma para estudar. Pediu então ao casal Lúcia e Tomé que já tinham filhos grandes e cuidavam de algumas crianças para cuidarem também desse pequeno grupo de meninas.
“O Viveiro” onlus e o "Viveiro-Tete"
Em Roma o P. Eusébio conhece “O Viveiro” onlus (associação sem fins lucrativos) e juntos decidem criar uma congénere em Moçambique (O Viveiro-Tete). Com a ajuda dessa onlus constroem o Centro que passa a ser a “casa” dessas meninas.
Autosustentabilidade
Após 6 anos de actividades, “O Viveiro-Tete” que ainda depende em muitos da sua congénere romana – disse a Dona Lúcia à Rádio Vaticano – está a fazer esforços por se tornar auto-sustentável, “por aliviar aqueles nos ajudam”, mas ainda não chegam a isso. Por isso toda a ajuda que possa vir dos próprios moçambicanos é apreciado. E deixa um convite neste sentido, sobretudo a visitar esse “viveiro humano” e a dialogar com eles.
A vida no Centro decorre de forma activa e alegre. E a “avó Lúcia”, juntamente com o “avô Tomé”, sonha que um dia essas meninas possam fazer algo semelhante para “puxar” outras crianças do abismo e trazê-las “à tona”.
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