Bispos da RDC solidários com populações excluídas das eleições
Dulce Araújo - Cidade do Vaticano
Terão lugar amanhã, 30 de Dezembro, na República Democrática do Congo, as tão esperadas eleições presidenciais, várias vezes adiadas. Mas a novidade é que no passado dia 26 deste mês, a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), anunciou o adiamento das eleições nas cidades e territórios das Beni, Butembo (no Norte-Kivu) e de Yumbi (no Mai-Ndombe), para o mês de Março de 2019.
Decisão não contribui para apaziguar situação. Antes pelo contrário
Numa mensagem de solidariedade para com as populações dessas zonas, difundida ontem, 28, pela Conferência Episcopal Congolesa, os bispos do país frisam que se para Yumbi (parte ocidental do país) se pode considerar um caso de força maior, as razões apresentadas para os casos de Beni e Butembo são surpreendentes. O que se passou para que a palavra dada pelo Ministro da Saúde acerca do controlo da situação durante o voto, tenha perdido valor? O que se passou para que aqueles que a 23 de Dezembro se considerava que podiam votar, fossem três dias depois, considerados perigosos para o voto do dia 30? – pergunta-se a CENCO que define de graves e pesadas as consequências desta decisão politica, pois que priva mais de um milhão de compatriotas do direito de se pronunciar através do seu voto sobre o Presidente da Republica. Uma decisão que não contribui, em vésperas do voto, para tirar o país da crise em que está mergulhada – sublinham os prelados congoleses.
Bispos exprimem solidariedade e proximidade
A CENCO exprime por isso a sua solidariedade e proximidade fraterna às populações excluídas injustamente do processo eleitoral e pede à CENI para medir todas as consequências da sua decisão que comporta riscos elevados, e para levar em consideração os esforços já empreendidos pelos parceiros na luta contra o vírus de Ebola, a fim de garantir o direito de voto a essas populações.
Os bispos chamam a atenção do mundo para aquilo que definem de “politização da Ebola”, não distraia ninguém em relação à realidade dessa doença às precauções que devem ser tomadas a fim de a erradicar.
Governo tem missão de proteger toda a população
A CENCO exprime também a sua compaixão pela população de Yumbi, vítima de barbaridades que causaram o massacre de dezenas de pessoas e o incêndio de numerosas casas. A Conferência Episcopal condena firmemente essa violência e recorda a todos que a vida é sagrada e inviolável. Ao mesmo tempo, os bispos chama atenção do Governo para a sua missão de garantir a segurança a todos os habitantes do país.
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