Igreja celebra Natal entre ataques armados em Cabo Delgado
Hermínio José – Maputo, Moçambique
O ofício a que o Vatican News teve acesso, foi assinado pelo Bispo da Diocese de Pemba, em Cabo Delgado, D. Luiz Fernando Lisboa, e segundo afirma, os gritos de socorro chegaram a si, após uma visita que efectuou às comunidades assoladas pelos ataques armados.
Gritos de socorro pelas crianças e pelos jovens
Dom Luiz Fernando Lisboa, que é igualmente o presidente da Comissão Episcopal de Justiça e Paz, na Conferência Episcopal de Moçambique, disse que acaba de retornar de Mocímboa da Praia, onde visitou três comunidades, duas das quais totalmente destruídas pelos atacantes. "Muita dor, desolação, sofrimento, sensação de abandono'', é o que deixa transparecer os rostos de pessoas daquelas comunidades.
Porém, aponta a mensagem da Diocese de Pemba, "pelas crianças, queremos ajuda, queremos levantar-nos, queremos recomeçar, queremos paz". Este é o pedido das comunidades de Cabo Delgado, assoladas pelos ataques armados, cujos perpetradores ainda continuam a desestabilizar a região.
Cerca de 189 insurgentes detidos e julgados
Entretanto, o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, reconhece e lamenta a onda de violência na província de Cabo Delgado a norte do país. O Chefe de Estado disse que ao longo do ano 2018, foram detidos e julgados cerca de 189 insurgentes associados à onda de ataques em Cabo Delgado.
Nyusi assegura que Forças de Defesa e Segurança estão no terreno
O carácter bárbaro da acção dos insuregentes em Cabo Delgado denuncia a sua natureza e o quanto a sua acção é desesperada. Contudo, o Presidente da República , assegurou que as Forças de Defesa e Segurança estão no terreno para combater a onda de violência, na província de Cabo Delgado, a norte do país.
Eram palavras do Chefe de Estado moçambicano, em torno dos ataques em Cabo Delgado. Filipe Nyusi falava durante a sua comunicação sobre o estado geral da nação, na Assembleia da República.
"Basta de tanta violência", aponta a Igreja
No entanto, o Bispo da Diocese de Pemba, D. Luiz Lisboa, sublinha que Natal é a festa da vida. "Basta de tanta violência. Basta de omissão. Basta de dizer que tudo será normal e controlado. Respeito pelo povo trabalhador é o mínimo que pedimos, é o mínimo que exigimos'', palavras de D. Luiz Lisboa, emitidas durante a celebração de Natal, em torno dos gritos de socorro das comunidades assoladas pelos ataques armados, semeiando dor e luto no seio das famílias.
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