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Audição de Manuel Chang, ex-ministro das Finanças de Moçambique, em Joanesburgo Audição de Manuel Chang, ex-ministro das Finanças de Moçambique, em Joanesburgo 

Moçambique: Reacções à detenção de Manuel Chang na África do Sul

A Procuradoria-Geral da República (PGR) e vários parlamentares reagiram recentemente na capital moçambicana à detenção do deputado e antigo Ministro das Finanças, Manuel Chang, em cumprimento de um mandato judicial emitido pela justiça norte-americana.

Hermínio José – Maputo, Moçambique

Através de um comunicado de imprensa, a PGR diz que só tomou conhecimento da detenção, através de uma comunicação feita pelo Consulado moçambicano na África do Sul, no passado dia 29 de Dezembro, e apenas no dia 31 último, a Procuradoria-Geral da República recebeu, da Embaixada dos Estados Unidos da América, em Pretória, a cópia da acusação proferida contra Chang e mais dois cidadãos de nacionalidade moçambicana.

Entretanto, a audição do ex-ministro das Finanças moçambicano iniciou nesta terca-feira (8) e ditará sobre a sua extradição ou não para os Estados Unidos da América.

PGR esmera-se para não extradição de Manuel Chang aos EUA

No entanto, o Ministério Público através da Procuradoria-Geral da República (PGR) diz estar a encetar todos os esforços junto das autoridades competentes da República da África do Sul e dos Estados Unidos da América para que os “infractores” sejam responsabilizados em Moçambique.

Oiça aqui a reportagem:

Paralelamente, a PGR revela que, no âmbito das suas investigações sobre os contornos das dívidas ocultas, já constituiu 18 arguidos “entre servidores públicos e outros cidadãos, indiciados da prática de crimes de abuso de cargo ou função, abuso de confiança, peculato e branqueamento de capitais”, estando o processo em fase de instrução preparatória.

Com efeito, as reações à detenção do deputado da Assembleia da República e ex-ministro das Finanças sucedem-se de vários segmentos da sociedade. Para o académico e analista político moçambicano Egídio Vaz, a hipótese da não estradição do político Manuel Chang é remota. O nosso entrevistado acrescenta que foi oportuna a detenção do ex-ministro moçambicano das Finanças, pois servirá de ponta-pé de saída para arrolar outros indiciados dos crimes cometidos e responsabilizá-los.

RENAMO e MDM satisfeitos com a detenção de Manuel Chang

Por seu turno, ao nível da Assembleia da República, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), segundo maior partido da oposição no País, entregou nesta semana, uma carta de agradecimento à Embaixada dos Estados Unidos da América pela detenção do deputado e ex-ministro das Finanças, Manuel Chang.

Igualmente a Bancada Parlamentar da RENAMO, o maior partido da oposição em Moçambique, saúda a detenção de Manuel Chang, através de um comunicado de imprensa e descreve como “acção enérgica tomada pela justiça norte-americana”.

Parlamentares repudiam inércia das autoridades

Os parlamentares do maior partido da oposição repudiam o que classificam de “inércia das autoridades moçambicanas” nomeadamente, a Procuradoria-Geral da República, o Conselho Constitucional, bem como a própria Assembleia da República e do Governo moçambicano, pelo que julgam ser “silêncio cúmplice diante da detenção de um deputado da AR e ex-membro do Governo cujas acções a nível interno não mereceram a sua responsabilização”.

Concluindo, a RENAMO exige um pronunciamento do Presidente da República, do Conselho Constitucional, da Procuradoria-Geral da República e da Presidente da Assembleia da República, porque considera “que não deve continuar calada diante da prisão, no estrangeiro, de um dos membros do Parlamento moçambicano tido como peça fundamental da mega-fraude que desgraçou o povo moçambicano”.

De referir que prossegue na África do Sul, país vizinho de Moçambique, a audição de Manuel Chang, ex-ministro das Finanças, a qual ditará sobre a sua extradição ou não para os Estados Unidos da América de onde é acusado de vários crimes pela justiça-norte americana.

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09 janeiro 2019, 16:38