Moçambique: superstição na base da perseguição aos albinos
Hermíno José - Maputo
Celebra-se nesta quinta-feira, 13 de Junho, o Dia Mundial de Sensibilização sobre o Albinismo, um fenômeno que se caracteriza pela ausência de pigmentação da pele e aumenta as probabilidades de contrair, alguns problemas, dentro os quais, o da visão.
A efeméride foi instituída desde o ano 2015 pela Organização das Nações Unidas (ONU), esta jornada serve de reflexão e visa sensibilizar sobre a condição dos albinos que a nível mundial tem que enfrentar preconceitos e sobretudo o risco de raptos, mutilações e assassinatos devido a crenças de que seu corpo pode curar doenças, dar sorte, poder ou dinheiro.
Perseguição aos albinos no centro e norte do País
Em Moçambique, os preconceitos e as superstições em torno dos albinos também estão muito presentes, designadamente no centro e norte do país. Estima-se que em Moçambique o albinismo diz respeito a 18 mil pessoas, 17 % das quais sendo crianças cuja metade não frequenta a escola por medo de serem assassinadas ou raptadas e também por medo de estigma social de que são alvo.
Desconhecimento da Lei na origem do problema
Entretanto, o Chefe do Departamento dos Direitos Humanos no Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Albashir Macassare, afirma que perseguição às pessoas com problema de pigmentação da pele, é violência, e a mesma perseguição e crimes associados ao albinismo é por desconhecimento da Lei.
A violência que seja contra a pessoa albina, ou seja quem for, é um crime e esta perseguição resulta da falta de valores, acrescenta Albashir Macassare.
Igreja defende direito à vida para todos
Por seu turno, a secretária-geral da Comissão Episcopal Para Migrantes, Refugiados e Deslocados-CEMIRDE, uma organização que tem realizado estudos sobre o tráfico de órgãos humanos, incluindo dos albinos, refere que o Papa Francisco já mostrou a sua veemente condenação a esta chaga de perseguição aos albinos e diz que o Direito à vida, integridade e dignidade é para todos.
A irmã Marinês, que recentemente representou Moçambique no Encontro sobre Tráfico em Roma, vinca a necessidade de união de esforços para o combate a qualquer tipo de violência, sobretudo a perseguição, tráfico e extração de órgãos de pessoas com problemas de pigmentação da pele.
Era a irmã Marinês Biassibet, secretária-geral da Comissão Episcopal Para Migrantes, Refugiados e Deslocados, falando a volta do fenômeno do tráfico e extração de órgãos humanos, crime a que estão expostas as pessoas portadoras do albinismo.
Refira-se que nesta quinta-feira, 13 de Junho, o Mundo assinala o Dia da Sensibilização sobre o Albinismo, uma data instituída pelas Nações Unidas, visando promover uma reflexão em torno da pessoa com problemas com pigmentação da pele, alvo de assassinatos, extração de órgãos e perseguição, com maior incidência em países africanos, incluindo Moçambique.
Hermínio José, Maputo.
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