Cabo Verde: Família, juventude e política preocupam igreja católica
Domingos Pinto - Lisboa
“O santuário de Fátima é um ponto de encontro, onde à volta de Maria e à volta de Jesus aprofundamos a consciência de que somos a mesma família, que somos Povo de Deus em peregrinação rumo à Pátria definitiva”.
Palavras de D. Arlindo Furtando ao Portal da Santa Sé no contexto da peregrinação que assinalou no passado dia 3 de agosto em Fátima as bodas de prata da capelania das comunidades africanas de Lisboa, criada no início dos anos 80 pelos Missionários Espiritanos para apoiar e acompanhar os imigrantes oriundos dos países lusófonos.
‘A Virgem Maria, discípula do Senhor’, foi o tema desta peregrinação presidida pelo Bispo de Santiago, um encontro de oração e convívio, de partilha e reflexão sobre os desafios das diásporas africanas em Portugal.
“Estes 25 anos estão carregados de força agregadora”, diz o prelado cabo-verdiano que considera que o continente africano “deve unir cada vez mais para superar uma série de desafios, de situações, de divisões históricas”.
Já sobre a realidade atual de Cabo Verde, D. Arlindo Furtado aponta como grandes desafios a família, a juventude e a política.
“Temos muita instabilidade familiar em Cabo Verde»”, sublinha o Bispo de Santiago que destaca de seguida a juventude, “muitas vezes atraída pela vida fácil, por aquilo que se propõe como divertimentos “e com diversos problemas associados como “o álcool e a droga, numa vida não suficientemente regrada”.
Já em relação à política, o Bispo de Santiago diz que são reconhecidos “os valores que a igreja propõe”, mas não são transmitidos” e “apresentados como valores, sobretudo em grandes meios de comunicação social”.
Nesta entrevista à VATICAN NEWS o prelado espera que a presidência cabo-verdiana em exercício da CPLP possa dar um impulso a questões essenciais para os países lusófonos como a mobilidade.
“Esperamos que, ao menos, se deem alguns passos consistentes para facilitar alguns sectores de atividade como empresários, estudantes, artistas e mesmo missionários”, diz D. Arlindo Furtado que pede a valorização da língua portuguesa no mundo e elogia as boas relações que existem entre Portugal e Cabo Verde.
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