“Pobres, misericórdia e diálogo no coração do Papa Francisco”
P. Bernardo Suate – para Vatican News
Milhares de pessoas aguardavam na tarde desta quarta-feira, 4, a vinda do Papa Francisco a Moçambique. O Arcebispo de Maputo, D. Francisco Chimoio, respondendo à pergunta dos órgãos de informação locais sobre as suas expectativas em relação a esta Visita Apostólica, o arcebispo de Maputo enfatizou que o Papa vai ajudar o País a construir a esperança, a reconciliação e a paz.
“Esperamos que o Santo Padre vai dar-nos o encorajamento de que precisamos para construirmos a esperança e a reconciliação. Estes são elementos fundamentais que nós, como Nação, escolhemos como tema para esta visita particular: esperança, paz e reconciliação”, sublinho o Prelado.
Esta paz, prosseguiu D. Francisco, que o Papa nos traz começa com cada um de nós e só depois se alarga aos nossos familiares e amigos, paróquias, dioceses e assim por diante.
Sobre a diferença entre o Papa Francisco e os outros Papas, D. Chimoio frisou que cada Papa, por ser um ser humano, é diferente dos outros e cada um deles tem o seu modo de fazer as coisas. Como sabeis, acrescentou o Prelado, a maior parte dos Papas que tivemos foram Europeus. Este Papa vem da América Latina, Argentina, é um Papa muito próximo das pessoas e tem um modo muito particular de ser próximo às pessoas. E mesmo quando era Cardeal Arcebispo de Buenos Aires, na Argentina, era conhecido pela sua proximidade aos pobres.
Os pobres, a misericórdia, a tolerância, o diálogo, a justiça, o amor, os migrantes – estes são os temas que sempre estiveram no coração do Papa Francisco, insistiu ainda o arcebispo de Maputo. Ele sempre foi uma força e estímulo para todos, um catalisador através do qual as pessoas podem também ter a coragem de enfrentar os seus problemas
O papel dos Pastores, antes de tudo, é estar próximos das pessoas em todos os tipos de vida, e estar próximos sobretudo àquelas que mais precisam, disse D. Chimoio, que acrescentou que a sua esperança, como bispo, para esta visita é que o Papa Francisco, nos seus discursos durante esta visita que nos faz, possa fazer referência aos temas da paz e reconciliação.
“Espero que ele fale também de esperança. Esperança, porque o Senhor nunca se esquece do seu povo, mesmo quando tem dificuldades como nós as estivemos e em certo sentido continuamos a ter ainda hoje. Eu espero realmente que o Papa Francisco nos fale de paz no nosso País de maneira que nos possa guiar a um diálogo sério entre nós, sobretudo nestes dias em que procuramos ter uma paz duradoura para todos”.
Por último, depois da visita do Santo Padre e olhando para o futuro, D. Francisco exprimiu o desejo que os temas da visita do Santo Padre continuem a ser luz e guia para as nossas vidas e o nosso trabalho.
O Ex-Presidente da República, Joaquim Chissano, que havia recebido S. João Paulo II há 31 anos atrás, ressaltou que para além da conveniência do itinerário para a visita a Madagáscar e Maurícias, esta escolha deve certamente ser vista no contexto mais amplo de África porque o “Papa Francisco tem a África no coração”. O Primeiro Ministro, e vários membros do Governo sublinharam a importância do momento histórico, para a consolidação do processo de paz e reconciliação.
O Núncio Apostólico em Moçambique, D. Piergiorgio Bertoldi referiu-se ao entusiasmo do povo na preparação da visita. “Vai ser uma oportunidade para o Papa Francisco anunciar o Evangelho, mas também para fortificar o caminho de paz e reconciliação”. O relacionamento e colaboração entre Igreja, Governo e Nunciatura foram sempre muito bons para uma melhor colaboração dos trabalhos, acrescentou D. Bertoldi.
Muita expectativa sobre os eventos programados para esta quinta-feira, entre outros, o Encontro com as Autoridades e o Corpo Diplomático no Palácio da Ponta Vermelha; o encontro inter-religioso do Papa com os jovens no Pavilhão da Maxaquene; e o Encontro com a Igreja moçambicana representada pelos Bispos, Sacerdotes, Religiosos/as, Consagrados e Seminaristas, Catequistas e Animadores.
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