Malawi - Bispos apelam ao respeito do Estado de Direito
Dulce Araújo - Cidade do Vaticano
Com efeito, depois dessas eleições a Comissão Eleitoral declarou a vitória do Presidente cessante, Arthur Peter Mutharika do Partido Democrático Progressista, mas o resultado continua a ser contestado. Os dois líderes da oposição, Lázaru Chakwera do Malawi Congress Party e o ex-vicepresidente Saulos Klaus Chilima do United Transformation Mouvment recusaram os resultados e pediram a intervenção do Tribunal Constitucional. O temor dos bispos é, portanto, que as partes envolvidas possam recorrer a actos de violência.
“Temos todos o dever e a responsabilidade de promover a paz e a unidade. Convidamos, por isso, os cidadãos do País a respeitar e a apoiar o Estado de direito, por forma a que todos possam coexistir pacificamente.” – escrevem os bispos que, ao mesmo tempo condenam “com firmemeza todas as formas de violência que continuam a verificar-se nalgumas partes do país, pois que – frisam – a violência é um mal inaceitável. É contrária aos direitos humanos e à liberdade pela qual lutamos quando escolhemos um sistema de governo multipartidário.”
Bispos prometem empenhar-se a favor da paz
Os bispos se empenham em agir a favor da justiça, da paz, da reconciliação e da unidade nacional. E convidam todas as Comissões da Igreja, especialmente as de Justiça e Paz “a encontrar formas concretas de preparar a população a aceitar a sentença do Tribunal Constitucional de modo a preservar e promover a salvaguarda da paz e da unidade entre os habitantes do Malawi. E concluem a sua mensagem ao país com um verso da oração de São Francisco para a paz: “Senhor faz de mim, um instrumento de paz.”
Recorde-se que já no passado dia 27 de Outubro, a Igreja no Malawi tinha proclamado “uma jornada nacional de oração pela paz, unidade e reconciliação”, na esperança de favorecer um diálogo entre as partes políticas em nome dos interesses da Nação.
“Nós católicos rezámos e continuamos a fazê-lo, convidando os líderes de todos os partidos políticos a porem de lado o seu orgulho, a olharem para a Nação que está a arder e a encontrar soluções políticas – disse nessa ocasião o Presidente da Conferência Episcopal, D. Luke Thomas Msusa. Os prelados exprimiram na altura o desejo de “um diálogo fecundo” entre as partes, em nome de uma solução politica urgente.
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