Tenho sede - Mensagem Quaresmal de D. Ildo Fortes
Dulce Araújo - Cidade do Vaticano
“Tenho sede” – é este dramático grito de Jesus na antes de morrer na Cruz por nós, que está no centro da mensagem quaresmal do Bispo de Mindelo, em Cabo Verde. Em cada Quaresma – sublinha D. Ildo Fortes - esse grito volta a ecoar dentro dos nossos corações. Um grito que é um convite de Jesus a cada um de nós a olharmos para Ele, a voltarmos para Ele, a ajustarmos a nossa existência e o nosso modo de viver em direcção a Ele, fonte de água viva, a razão suprema da alegria.
Um pressuposto para receber a água viva que brota do coração de Cristo é estar e reconhecer-se sedento – afirma o prelado cabo-verdiano, segundo o qual devemos voltar continuamente, com a mente e o coração, ao Mistério da Morte e Ressurreição do Senhor. Assim poderemos renascer sempre de novo. A Quaresma é uma oportunidade favorável de graça e salvação para nós – recorda D. Ildo que, na esteira do Papa Francisco, recomenda que “não deixemos passar em vão este tempo de graça na presunçosa ilusão de sermos nós o dono dos tempos e modos da nova conversão a Ele.”
Não é fácil reconhecer que se tem sede, porque a sede é uma dor que se descobre pouco a pouco, é a dor da nossa fragilidade, da nossa vulnerabilidade extrema; é o desejo de viver em plenitude que não nos larga nunca, porque fomos feitos para patamares mais elevados, a medida de Deus, a medida do amor. Só Deus pode saciar a sede de infinito que Ele depositou dentro de nós, só Ele pode calar o grito da dor que dói – escreve D. Ildo.
A Palavra de Deus, da qual somos chamados a aproximar neste tempo quaresmal é fonte de vida eterna. Deixemos então para trás aquilo que nos mantém prisioneiros e longe de Deus e aproximemo-nos confiantes a Ele – exorta o Bispo, que explica: O convite simbólico de Deus a irmos para o deserto, é porque “o deserto é o melhor lugar para nos darmos conta de quem somos e onde estamos. No deserto nos sentimos pequenos, mas também nele podemos desfazer do supérfluo para nos agarrarmos ao essencial”.
D. Ildo Fortes diz ter a impressão de que nunca tocamos tanto o vazio e a superficialidade como hoje e apela todos, especialmente os jovens, a acolher a oportunidade da Quaresma para deixar que a Palavra de Deus penetre fundo nos nossos corações e nos nossos propósitos. Convida a seguirmos, nesta Quaresma, tudo aquilo que a Igreja, Mãe e Mestra propõe como remédio: oração, esmola e jejum.
“inventemos e vimamos alegres e generosos a dinâmica do amor e da caridade. Encontramos Cristo cada vez que nos aproximamos dos irmãos, sobretudo o mais pobre, necessitado ou descartado da sociedade.” – escreve D. Ildo Fortes que conclui a sua mensagem quaresmal com a informação de que a Renuncia Quaresmal deste ano na sua Diocese será para apoiar a “Fazenda Esperança” que, em Cabo Verde, trabalha na recuperação de pessoas que experimentam toda a espécie de dependência (álcool, droga, etc.).
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