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Apelo a líderes africanos a combater pobreza marcam Dia de África em Angola

Religiosos e académicos desafiaram os líderes africanos a trabalharem com espírito humanista, visando combater a pobreza e impulsionar o desenvolvimento do Continente Berço da humanidade.

Anastácio Sasembele – Luanda, Angola

Nas comemorações do 57º aniversário da fundação da Organização de Unidade Africana (OUA), actual União Africana, ou simplesmente Dia da África (25 de maio) vários filhos do Continente-Berço reflectiram sobre os principais entraves ao desenvolvimento de África.

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Para muitos, África é uma das regiões do mundo mais conhecida pelas suas potencialidades económicas do que por projectos de desenvolvimento que estejam a levar os seus povos a viver de forma digna. Muitos países africanos alcançaram as independências há mais de cinquenta anos e até hoje ainda enfrentam problemas graves ao nível de sectores importantes e decisivos para o desenvolvimento, como os da Saúde e Educação.

Sector da saúde um dos mais debilitados

Em África, o sector da Saúde é um dos que muitas debilidades apresenta, e é o que neste momento, com o surgimento da pandemia do Covid-19, está a suscitar a preocupação dos governantes africanos, que se terão apercebido de que é necessário prestar com urgência uma particular atenção aos sistemas de assistência médica e medicamentosa nos seus Países.

Impacto do Covid-19 no Continente africano

O ministro angolano das Relações Exteriores, Tête António, considerou nesta segunda-feira (25/05), em palestra subordinada ao tema “Covid-19, impacto e resposta do continente africano”, que o combate à pandemia do Covid-19 tem demonstrado a capacidade de resiliência do Continente africano.

O governante referiu que a pandemia está a travar o crescimento económico do Continente, obrigando-o a corrigir algumas deficiências, com destaque para os débeis sistemas de saúde e a dependência da venda de matérias-primas.

Líderes buscam cuidados médicos no exterior

Outra voz que se juntou nesta reflexão é a do Bispo da diocese de Cabinda, D. Belmiro Chissengueti, que afirmou ser doloroso e vergonhoso, o facto de muitos líderes africanos buscarem saúde no exterior quando os hospitais dos seus países padecem de quase tudo.

Deixar lutas e intriga e apostar no desenvolvimento

Da província do Kwanza Sul veio a opinião do professor José Barros, o docente disse que os políticos africanos devem deixar a intriga e a luta pelo poder e apostarem mais nas políticas de desenvolvimento sustentável.

Má governação, fuga de capitais e cérebros, descriminação ...

Para o especialista em políticas de desenvolvimento Sérgio Calondungo os males que o Continente enfrenta hoje têm a ver com a má governação que resulta na fuga de capitais económicos e de cérebros que estão ao serviço do desenvolvimento de outros continentes.  

Para o membro do Observatório Político e Social de Angola (OPSA) a descriminação a vários níveis é um outro entrave do Continente.

“Que se potenciem os recursos humanos e se afectem mais verbas orçamentais à saúde e à educação para que tenhamos bons quadros e muitos Hospitais para tratar dos nossos doentes, com quaisquer patologias” é o que muitos africanos desejam.

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26 maio 2020, 09:40