Moçambique: Bispo de Pemba: “Ninguém pode calar a voz da igreja”
Domingos Pinto – Lisboa
“A presença do Papa foi fundamental, porque o Papa é uma figura, primeiro humana, muito respeitado. Então, o fato de ele ter falado, de ele ter telefonado, de ele ter feito esse gesto de doar 100 mil euros, tem chamado também a atenção”.
Palavras de gratidão do bispo de Pemba, que considera que a posição do Papa “tem repercussão e é importante porque internacionaliza a nossa crise humanitária e ajuda a que outras pessoas se sintam também responsáveis para dar uma resposta naquela situação”.
O testemunho de D. Fernando Luiz Lisboa, na noite de 15 de dezembro, numa iniciativa “on line” de diversas organizações católicas portuguesa como o Centro Missionário Arquidiocesano de Braga, Cáritas Portuguesa, a Comissão Nacional Justiça e Paz, a FEC – Fundação Fé e Cooperação, a Fundação Gonçalo da Silveira, o Ponto SJ, (Jesuíta)s, e a organização Rosto Solidário, da Congregação Passionista.
Ninguém pode calar a voz da Igreja
“Ninguém pode calar a voz da igreja”, disse o bispo de Pemba que traçou um quadro dramático da situação na região com mais de 2 mil mortos e 600 mil deslocados.
rincipal “motivação” desta guerra é “económica” tendo em conta os recursos naturais da região, e sublinha “o bom relacionamento entre as religiões”, nomeadamente entre cristãos e muçulmanos.
Neste contexto, “o fundamentalismo religioso” aparece também como uma das causas da situação, diz o prelado que enaltece a ajuda que as organizações humanitárias vão dando à diocese.
Fundamental descobrir as causas da guerra
O bispo de Pemba considera que é fundamental “descobrir as causas dessa guerra, de ir à raiz do problema”, e espera uma maior intervenção e ajuda da Comunidade Internacional.
“Agora mais do que isso, Portugal faria um grandíssimo favor se levasse a debate na União Europeia o uso dos recursos pelo mundo fora”, explica.
Novo colonialismo em relação aos recursos em África
“Como é que nós estamos enfrentando esta situação, que tipo de submissão, de novo colonialismo nós estamos praticando em relação aos recursos que há na Africa e em outros lugares mais pobres do mundo. Nós não podemos dar com uma mão e tirar com a outra. Então eu acho que essa discussão tem de ser feita seriamente”, precisa o bispo de Pemba.
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