Moçambique: Morreu o escritor Calane da Silva, vítima de Covid-19 em Maputo
Hermínio José - Maputo, Moçambique
Por alguns dias, Calane da Silva encontrava-se no leito hospitalar, internado, num centro de isolamento para clientes com Covid-19. Calane da Silva, não resistiu, acabou por perder a vida, figurando entre os nove (9) óbitos das últimas 24 horas (dia 29), devido à Covid-19.
Um escritor com um portifólio invejável
Escritor e ensaísta, Calane da Silva nasceu a 20 de outubro de 1945, em Lourenço Marques, actual Cidade de Maputo, capital moçambicana. Quem não conhece ou não leu o conto “Xicandarinha na lenha do mundo” (1987)? E o livro “Dos Meninos da Malanga” (1981)?
Calane da Silva coordenou a Gazeta Artes e Letras da revista Tempo, em 1985. Foi um dos membros fundadores da Associação de Escritores Moçambicanos (AEMO), onde foi secretário adjunto, em 1987.
O poeta e escritor moçambicano, Calane da Silva começou a fazer jornalismo em 1969 e atingiu o topo de carreira em 1991. Enquanto jornalista, Calane da Silva foi chefe da redacção da Televisão Experimental de Moçambique, em 1987.
Além de docente no Centro de Línguas da Universidade Pedagógica, em Maputo, Calane era investigador da literatura moçambicana.
Calane foi Mestre e Doutorado em linguística portuguesa, vertente lexicologia, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto; professor na Escola de Jornalismo, em Maputo, e da Escola Portuguesa de Moçambique.
O poeta e ensaísta desempenhou ainda funções de director do Centro Cultural Brasil-Moçambique, em Maputo. Era responsável pela dinamização das actividades culturais que nos últimos anos se assistem naquele local.
Calane da Silva foi vencedor do “Prémio José Craveirinha”, a 22 de Novembro de 2011. Trata-se do maior galardão literário moçambicano, que distinguiu a sua carreira na literatura e no ensaio.
O docente universitário venceu ainda o concurso literário “Prémio 10 de Novembro”, organizado conjuntamente pelo Conselho Municipal da Cidade de Maputo e pela Associação dos Escritores Moçambicanos, aquando do aniversário da capital do país.
Prémios e condecorações
Foi condecorado, em 2011, em Maputo, com a Comenda da Ordem de Rio Branco, por ocasião do Dia do Diplomata.
Em 22 de novembro de 2011 foi anunciado como vencedor do Prémio José Craveirinha, o maior galardão literário moçambicano, que distinguiu a sua carreira na literatura e no ensaio.
Refira-se que Calane da Silva prefaciou inúmeras obras de escritores moçambicanos e textos de apresentação de obras de artes plásticas de artistas nacionais e estrangeiros. Calane da Silva, morreu em Maputo, vítima da Covid-19.
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