República Centro-Africana: "calma tensa” em Bangassou, afirma D. Aguirre Muñoz
Cidade do Vaticano
Eram as 5h30 da manhã quando o fogo de artilharia ecoou em Bangassou, a principal cidade na parte oriental da República Centro-Africana. Os rebeldes do 3R e do FPRC que "por uma semana se haviam coalizado", lançaram o assalto à cidade, conta D. Juan José Aguirre Muñoz, o Bispo da cidade.
A base das FACA (Forças Armadas da África Central) é atacada. Os capacetes azuis da Minusca, a Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana, os apoiam sem tomar parte nos combates.
Cinco horas mais tarde, "as FACA, as forças da polícia recentemente chegadas e os serviços penitenciários" encontraram refúgio na base da Minusca, informa ainda o Bispo. Desde então, ele tem mantido contacto regular com os capacetes azuis, mas não sabe o que tencionam fazer nas próximas horas ou dias.
Como consequência desses combates, "uma parte da população de Bangassou fugiu para o Congo", prossegue D. Aguirre. Os civis atravessaram o rio Mbomou para buscar refúgio na cidade de Ndu, do outro lado da fronteira. “A cidade está quase deserta agora. A noite foi calma. Não houve tiroteio ”, descreve o Bispo.
Um futuro incerto
“Existem apenas os bandidos, os ladrões da cidade de Bangassou que saquearam certos negócios. Neste momento está muito calmo. Talvez os rebeldes queiram entender quem será o próximo governo e não queiram ferir, por enquanto, a população”, supõe o prelado. Sem saber se amanhã ainda será o caso, admite. Os primeiros resultados da eleição presidencial de 27 de dezembro deveriam ser divulgados nesta segunda-feira.
Por mais de vinte e quatro horas, "vivemos numa calma tensa", confessa o Bispo de Bangassou. Com a esperança de que a situação não se degenere e que os moradores possam voltar para casa rapidamente. Será também necessário esperar para saber o que pretendem fazer as FACA e a Minusca, entrincheirados a oito quilómetros do centro, na sua base perto do aeroporto.
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