RDC. Em Carta pastoral, Bispos convidam a valorizar e apoiar os idosos
Cidade do Vaticano
A Carta Pastoral começa por precisar que a Igreja sempre esteve ao lado dos idosos, que o Magistério nos recorda constantemente a importância da sua dignidade, do seu papel e do seu lugar na Igreja e na sociedade, e que em África “os idosos ainda conservam a sua influência e respeitabilidade”, mas que a sua consideração está mudando: surgem cada vez mais atitudes de rejeição, exclusão, marginalização e abuso, a velhice é vista como doença, déficit, miséria, decadência, fardo e morte, e a falta de cuidados de saúde, a fome e a falta de habitações levam muitas pessoas a pedirem esmolas.
A Conferência Episcopal recorda que o Papa Francisco, precisamente para os avós e os idosos, instituiu um Dia especial no quarto domingo de julho, nas proximidades da memória litúrgica dos santos Joaquim e Ana, avós de Jesus. Daí o convite a preparar e celebrar esta festa, considerando também a data de 1 de outubro, declarada Dia Internacional do Idoso pelas Nações Unidas. Os Bispos recordam ainda a advertência de Francisco sobre as consequências de uma “cultura do descarte”, da qual os idosos são frequentemente as principais vítimas, e reiteram o que o Papa afirmou na audiência geral de 4 de março de 2015: “Uma civilização onde os idosos não têm lugar traz consigo o vírus da morte”.
Recordando, em seguida, as passagens da Sagrada Escritura que se referem às pessoas de idade avançada, os Bispos as destacam como "testemunhos edificantes", que deixam claro que em todas as idades Deus pede para colocar os próprios talentos ao serviço do Evangelho. Os prelados enfatizam também que "o ensino da Bíblia mostra que a velhice não é uma doença", mas sim um tempo propício para a realização da aventura humana que faz parte do projecto de Deus. Para os Bispos “portanto, é urgente colocar-se na justa perspectiva que consiste em considerar a vida como um todo, olhando para a eternidade, para a qual a vida, em cada uma das suas fases, é uma preparação significativa.
Por isso, assinalam os Bispos, “até o tempo da velhice tem o seu papel neste processo de amadurecimento progressivo do ser humano rumo à eternidade”. Por isso, os Bispos recomendam de amar os idosos e valorizá-los como filhos de Deus, tendo em conta as suas necessidades e colocando-se ao seu serviço por meio de obras de caridade. “Devemos fazer todo o possível na nossa pastoral, por um lado tendo a peito a sua situação e, por outro, valorizando os seus dons e as suas capacidades», especificam os Bispos.
Por fim, os prelados dirigem uma série de recomendações antes de tudo aos jovens, para que amem e respeitem os idosos, sobretudo os mais abandonados, nas casas de repouso e nos asilos, e aqueles que já não vêem os seus entes queridos. Os Bispos exortam-nos a usar "a imaginação do amor", a fazer telefonemas, videochamadas, enviar mensagens, a escutá-los e, quando possível, em conformidade com as normas de saúde, visitá-los. Depois, os prelados convidam a deixar-se atrair pelos idosos, pelo seu apego à vida da Igreja, à devoção mariana e à transmissão da fé.
Os Bispos encorajam por sua vez também os idosos a ter consciência das suas qualidades, a não duvidar de si próprios, a não sentir-se inúteis, a não esquecer os próprios talentos, a partilhar as suas experiências e a envolver-se na vida eclesial e social. “Portanto, coragem, sonha, ri, viaja, brinca, lê, chora, corre, beija, dança, sê feliz e ama”, dizem os Bispos a cada idoso.
E, dirigindo-se aos sacerdotes e aos assistentes dos idosos, os prelados exortam ainda: “Envolvei-os na transmissão da fé, no diálogo com os jovens e na preservação das raízes dos povos”. E também sugerem a trabalhar em atividades que promovam a solidariedade entre as gerações e que os grupos, comunidades, associações e movimentos da acção católica incluam nos seus programas actividades voltadas para os idosos e às famílias.
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