“Bienvenu Shelter”: 20 anos ao serviço de mulheres refugiadas do Continente Africano
Sheila Pires – Rádio Veritas, para Vatican News
Criado em 2001 pelas Irmãs Scalabrinianas, o centro “Bienvenu Shelter” tem como objectivo prover às necessidades dos migrantes oferecendo-lhes alojamento, refeições nutritivas, vestuário, acesso a instalações de saúde incluindo psicológicas, educação para as crianças, assistência jurídica, orientação e apoio - e outras necessidades à medida que e quando estas surgirem.
A celebração oficial do 20º aniversário do Abrigo “Bienvenu” teve lugar na sexta-feira 09 de abril 2021. Em entrevista à Radio Veritas, de Joanesburgo, a Directora do “Bienvenu Shelter”, a Irmã Marivane Chiesa mscs, sublinhou que è uma missão que iniciou com os seus desafios mas que foi respondendo ao longo dosa nos e sempre crescendo e enfrentando dificuldades, mas tentando sempre ser “simples instrumentos, um sinal da presença de Deus que caminha com este Povo, que è peregrino, em África”. Mas hoje, enfatizou a Irmã Marivane, agradecem a Deus pelas tantas bênçãos recebidas, pelos incansáveis e generosos doadores, amigos e benfeitores que fizeram parte da caminhada do Centro e tornaram possível o projecto, que deu ajuda a muitas mulheres migrantes que por lá passaram.
Mulheres deixam marca de esperança e coragem
A religiosa também sublinhou que essas mulheres deixaram profundas marcas de esperança e coragem, e de uma força muito vica, no tempo que passaram no “Bienvenu Shelter” – “um testemunho bonito de mulheres batalhadoras e defensoras da fé e da vida”.
Pelo centro têm passado mulheres na sua maioria das várias nacionalidades africanas, sobretudo de língua inglesa e francesa, numa média de 10, 12 ou 14 nacionalidades por semana, explicou a religiosa. Para além do abrigo, o Bienvenu Shelter tem também organizado projectos para estas mulheres pois, destaca a Ir. Marivane, “o Centro è também uma maneira para as mulheres se prepararem a enfrentar a vida lá fora, para o seu auto-sustento e o dos próprios filhos”. Por o Centro tem se preocupado em dar formação através de pequenos cursos (corte e custura, culinária, cabeleireiro, beleza …), que são os cursos para os quais as mulheres já têm as suas habilidades e são da sua escolha.
Bienvenu Shelter dá abrigo e formação profissional
Neste sentido, explicou ainda a Irmã Scalabriniana, o Centro de Formação Maria Assunta, ligado ao Bienvenu Shelter, dedica-se desde 2017 especificamente aos cursos, nos quais se formam à volta de 200 mulheres por ano. E ao fim, quando recebem o Certificado, elas recebem também um Kit para iniciarem o seu próprio negócio: uma máquina doméstica, um pequeno fogão …, dependendo da área de formação de cada uma.
Impacto económico e social da pandemia da Covid-19
Foi também grande o impacto da pandemia da Covid-19 para o funcionamento do Bienvenu Shelter, observou a Irmã Marivane, pois “ninguém estava preparado para enfrentar uma pandemia como esta e com estas proporções”, e foi necessário seguir as normas e restrições determinadas pelo Governo sulafricano. E assim, respeitando o limite de número imposto, não puderam receber mais mulheres no Centro apesar das necessidades existentes.
Generosidade da comunidade local e internacional
Contudo, “graças à generosidade, a bênção e o apoio da comunidade local e de algumas organizações a nível internacional, chegaram muitas ajudas, que depois foram destinadas também às famílias migrantes”. E assim foi possível ajudá-las com uma cesta básica com alimentos, uma vez por semana consoante as possibilidades, disse a Ir. Marivane. E foi também possível dar apoio psicológico na área do aconselhamento, que teve grande impacto para as mulheres poderem superar os traumas que carregavam dentro de si.
Esperança que vacina chegue também aos migrantes
E agora se espera que também as mulheres migrantes do Bienvenu Shelter possam ser contempladas no programa (do Governo) e ter acesso à vacina: “Não sabemos exactamente o que vai acontecer” – admite a religiosa – “apenas acreditamos e esperamos que seja uma distribuição justa que chegue a todos, e que os migrantes também sejam incluídos no programa das vacinas”.
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