Chade. Plenária dos Bispos apela ao diálogo inclusivo e à reconciliação nacional
Cidade do Vaticano
A nota dos Bispos chadianos chega num momento particularmente crítico para o País: no dia 20 de abril morreu improvisamente o Chefe de Estado, Idriss Déby Itno, no poder por 30 anos, ferido gravemente durante os confrontos entre o exército e os rebeldes, no norte do País.
O anúncio do falecimento do Presidente Idriss Déby veio logo depois de as autoridades eleitorais o terem declarado vencedor das eleições presidenciais de 11 de abril e, portanto, com direito a permanecer no poder por mais 6 anos. Agora, porém, o País terá de enfrentar uma difícil fase de transição. Por isso, os Bispos confiam "à misericórdia de Deus" todas as vítimas dos confrontos e partilham com a população "a angústia e a esperança", enquanto "se se está a escrever uma página delicada e decisiva da sua história".
Dificuldades actuais exigem de todos profunda conversão
“O tempo da Páscoa - lê-se na mensagem - é portador de promessas de renascimento e vitória: vitória da luz sobre as trevas, da paz sobre a violência, da reconciliação sobre todos os conflitos fratricidas que ameaçam a dignidade da vida humana e a estabilidade do nosso País". No entanto, as dificuldades actuais exigem de toda a população "uma profunda conversão, uma mudança de coração, conditio sine qua non para alcançarmos a reconciliação e uma paz duradoura":
Desigualdade e falta dedesenvolvimento não geram paz
Deixando-se guiar pela Encíclica “Fratelli tutti” do Papa Francisco, a Cet sublinha então que "aqueles que pretendem trazer a paz a uma sociedade não devem esquecer que a desigualdade e a falta de desenvolvimento humano integral não permitem que a paz seja gerada" (235). Daí a exortação dos prelados a todas as partes envolvidas a praticarem "um diálogo inclusivo", conduzido por "um organismo politicamente independente, credível e neutro", de modo a "permitir que todos os filhos do País ponham as bases de uma nova ordem política consensual, fundada no respeito às pessoas, na preocupação pelo bem comum e na promoção da justiça social”.
Cessar-fogo e respeito da ordem constitucional
A Conferência Episcopal Chadiana sugere, pois, dois pré-requisitos necessários: primeiro, que "todos os beligerantes declarem unilateralmente um cessar-fogo, sem condições"; em segundo lugar, que “a fase de transição seja conduzida no respeito rigoroso da ordem constitucional”. Por sua vez, a Conferência Episcopal afirma estar pronta a dar o seu contributo para a estabilidade nacional, exortando todos os crentes a rezar para que "se enraíze nos corações a vontade de diálogo, de reconciliação, de fraternidade e de paz".
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