Burkina Faso-Níger. Plenária dos Bispos lança alarme contra o terrorismo na região
Cidade do Vaticano
No comunicado final da sua Assembleia Plenária, realizada de 7 a 12 de junho em Ouagadougou, a Conferência Episcopal do Burkina Faso e Níger recorda o massacre, a cujas vítimas foi dedicada uma oração particular, e lança o alarme contra "o espectro do terrorismo que se torna cada vez mais ameaçador para a população".
Os prelados reiteram, pois, o que disseram no ano passado, ou seja, que "o contexto actual, mais preocupante do que nunca, parece ser tal que a população do Sahel não tem mais certeza do futuro da região", devido aos "abusos terroristas". Os Bispos pediam, portanto, ao Estado para "gerir esta situação de maneira mais enérgica e rigorosa ", porque "disso depende o futuro e a sobrevivência da Igreja local".
Certamente, agora a CEBN sublinha que "têm sido feitos esforços consideráveis na luta contra o terrorismo", mas "o trágico acontecimento de Solhan, que chocou a todos, fez aparecer o monstro da actividade terrorista de maneira a neutralizar o optimismo que começava a renascer entre a população”. A “noite de horrores” de 4 de junho, de facto, sublinham os prelados, demonstra que “as actividades terroristas são cada vez mais ameaçadoras para uma população que se encontra rodeada de bases militares nacionais e estrangeiras”, suscitando “grande perplexidade, com perspectivas significativas de enorme angústia , sobretudo entre os deslocados”.
Por isso, a Igreja Católica do Burkina Faso e Níger “se interroga sobre o interesse da presença de tantas forças estrangeiras no território”, com “frutos cada vez mais decepcionantes” das promessas. A população está muito preocupada, continua a nota, e os Bispos “partilham esta preocupação” e se perguntam: “Quando chegará o fim do túnel?”. Daí a condenação “sem apelo” que a CEBN faz “desta inaceitável situação de horror que se verificou em Solhan” e o encorajamento às “forças de defesa e segurança” para que, “com o apoio de todos”, possam ser “mais determinadas em restaurar a paz" nas zonas de maior risco. A nota episcopal se conclui com uma invocação a "Maria, Rainha da Paz", para que acompanhe o País rumo "à verdadeira reconciliação, dom de Deus e fruto dos esforços do homem".
De salientar, enfim, que, no início da Assembleia, o Núncio Apostólico em Burkina Faso e Níger, Arcebispo Michael Francis Crotty, levou aos prelados a mensagem de condolências do Papa Francisco, recordando o que o Pontífice disse no Angelus do domingo 6 de junho: “Desejo assegurar a minha oração pelas vítimas do massacre perpetrado na noite de sexta-feira para sábado numa pequena cidade do Burkina Faso, estou próximo dos familiares e de todo o povo burkinabé que está a sofrer muito por causa destes repetidos ataques. A África precisa de paz e não de violência”.
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