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África do Sul. Dom Jan De Groef: pobreza agravada pelas mudanças climáticas

O Bispo de Belém (África do Sul), Dom Jan De Groef, escreveu aos fiéis uma Carta Pastoral sobre o tema do meio ambiente e da sustentabilidade, na qual afirma, entre outras coisas, que a realidade actual que muitas pessoas e em particular os pobres experimentam, é causada, em grande parte, pelas mudanças climáticas.

Cidade do Vaticano

Tomar consciência da degradação ecológica e social que aflige o País para enfrentá-la de maneira correcta, porque “a realidade actual, que muitas pessoas e em particular os pobres experimentam, é causada, em grande parte, pelas mudanças climáticas: inundações múltiplas em algumas partes do globo e calor excessivo e secas, que levam a incêndios violentos em outros lugares. Para agravar tudo isto, a pandemia da Covid ainda em andamento e que só piora estas calamidades ”.

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É esta a motivação com a qual Dom Jan De Groef, Bispo de Belém na África do Sul, escreveu aos fiéis uma Carta Pastoral sobre o tema do meio ambiente e da sustentabilidade - publicada no site da Conferência Episcopal da África do Sul - citando a Laudato sì do Papa Francisco, que várias vezes, e também recentemente, tem reafirmado o carácter social da própria Encíclica e a estreita ligação existente entre o tema da pobreza e da ecologia.

“Não é apenas uma questão de ecologia, mas de como nós, seres humanos, nos relacionamos com a natureza e uns com os outros. Nós nos consideramos no centro de tudo, o que nos dá o direito de fazer o que queremos e abusar impunemente tanto da Criação quanto dos nossos semelhantes? As duas relações não podem ser separadas. Talvez alguns de vós  se recordem do manifesto divulgado pelo Departamento para a Formação, a Vida e o Apostolado dos Leigos da Conferência Episcopal da África do Sul, que apresenta tanto o grito da terra como o grito dos pobres”, escreveu o prelado.

“Como podemos responder? – se pergunta Dom Jan De Groef - Certamente a primeira coisa é tomar consciência da situação de degradação ecológica e social em que vivemos. Mas não deve terminar aí. Temos que agir. Devemos encontrar maneiras em que as dioceses, as paróquias, os grupos juvenis, as associações e as famílias possam ser activamente envolvidos na adopção de uma responsabilidade moral partilhada pela nossa casa comum e pelo bem comum.

Talvez estejamos tentados – prossegue o prelado - a responder que o problema é demasiado grande para ser enfrentado e que é melhor deixá-lo ao governo e às grandes organizações, mas não, o pouco que fazemos, mesmo a nível local, é importante e pode causar uma reação em cadeia como quando se lança uma pedra numa piscina. Comecemos por manter limpo o nosso ambiente. Prestemos atenção no uso da água e da  energia elétrica”.

“Deus Todo-Poderoso, vós estais presente no universo e na mais pequena das vossas criaturas. Vós abraçais com a vossa ternura tudo o que existe, derramai sobre nós a força do vosso amor, para que possamos proteger a vida e a beleza. Enchei-nos da vossa paz, para que possamos viver como irmãos e irmãs, sem fazer mal a ninguém – reza ainda o Bispo - ó Deus dos pobres, ajudai-nos a salvar os abandonados e esquecidos desta terra, tão preciosos aos vossos olhos. Trazei a cura para as nossas vidas, para que possamos proteger o mundo e não devorá-lo, para que possamos semear beleza, e não poluição e destruição. Tocai o coração daqueles que apenas procuram o ganho à custa dos pobres e da Terra. Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a ser cheios de maravilha e de contemplação, a reconhecer que estamos profundamente unidos a cada criatura no nosso caminho rumo à vossa luz infinita. Vos agradecemos por estardes connosco todos os dias. Encorajai-nos, Senhor, na nossa luta pela justiça, pelo amor e pela paz ”.

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25 agosto 2021, 13:42