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Vacinação anti Covid-19 no Zimbabwe Vacinação anti Covid-19 no Zimbabwe 

Zimbabwe. Líderes cristãos contra acesso limitado aos locais de culto por Covid-19

É desconcertante, no Zimbabwe, a decisão do governo de tornar possível o acesso aos locais de culto só para pessoas vacinadas e com certificação anti-Covid, sob pena de prisão. Os líderes cristãos do País, reunidos na Associação “Zimbabwe Heads of Christian Denominations” - ZHOCD (sigla, em inglês), acolhem de bom grado o anúncio da reabertura das igrejas, mas observam que a entrada selectiva dos fiéis implica numerosos "desafios teológicos e práticos".

Cidade do Vaticano

“Teologicamente - lê-se numa nota de 12 de agosto - a igreja é um espaço aberto e acolhedor para todos, sem restrições. Ninguém se qualifica para as celebrações da igreja porque é um lugar de graça de Deus”. Será, pois, “muito difícil rejeitar as pessoas que não têm certificado de vacinação”. Por outro lado, “a população vacinada é menos de 10 por cento”, observam os líderes cristãos, porque “ainda não tiveram a possibilidade de o fazer”. Se o próprio acesso à vacinação é limitado, então será difícil impedir que pessoas não vacinadas entrem na igreja.

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Por esta razão, os líderes cristãos pedem ao governo para que eles sejam consultados antes de tomar decisões que os afectem directamente e esperam ser incluídos na task-force nacional anti-Covid, para nela poderem contribuir graças à sua experiência. “Desde o início da pandemia, de facto - continua a nota - a Igreja tem mostrado o seu empenho em reduzir ao mínimo a propagação das infecções: inspirada no seu empenho teológico de cuidar do próximo e na sacralidade da vida, ela tem promovido a implementação de todas as normas de higiene e saúde estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde, como a obrigatoriedade do uso da máscara, a manutenção do distanciamento social e a lavagem frequente das mãos”.

Com pleno “sentido de responsabilidade”, portanto, os membros da Associação “Chefes das Denominações Cristãs do Zimbabwe” afirmam estar confiantes de que “não só a Igreja, mas toda a sociedade poderá contribuir na redução da propagação do vírus”. Daí o apelo a todos os cidadãos para “fazerem uso da vacinação anti-Covid” e a exortação ao governo para “partilhar informações claras” sobre este tema, para que a população esteja cada vez mais informada e convencida da importância das vacinas. A nota se conclui com o convite à oração para que “a nação e o mundo encontrem a cura e saibam discernir as acções adequadas a serem tomadas contra a pandemia e as suas consequências”.

Até ao momento presente, no Zimbabwe, registam-se 120 mil casos totais de coronavírus e mais de 4 mil mortos, face a uma campanha de vacinação que atingiu apenas 7,7 por cento da população. Recorde-se, finalmente, que a Associação ZHOCD inclui representantes da Conferência Episcopal Católica (ZCBC), da Aliança Evangélica (Efz), da União das Igrejas Apostólicas (Udaciza) e do Conselho Nacional das Igrejas (ZCC).

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16 agosto 2021, 09:42