Togo - Bispos apelam ao não fechamento dos locais de culto
Cidade do Vaticano
Quanto ao fechamento dos locais de culto os Bispos do Togo ressaltam no comunicado divulgado no final da sessão extraordinária focalizada na situação da pandemia da Covid-19 no País, que “o encerramento sistemático dos locais de culto como forma de combate à transmissão do vírus faz parte de uma abordagem exclusivamente biomédica da pandemia que ignora a sua realidade psicológica, antropológica, social e espiritual”.
Os lugares de culto, de facto, “em particular os da Igreja Católica - continuam os prelados - são lugares em que as medidas de prevenção são mais respeitadas”. E não só: os encontros de oração são também "ocasiões para sensibilizar e educar os fiéis sobre o que fazer" no contexto da emergência sanitária. Daí o pesar da CET por o governo “não ter levado suficientemente em consideração a contribuição das autoridades religiosas" na gestão da pandemia. “É incompreensível - destaca a mensagem - ver que são encerrados precisamente os locais que respeitam as medidas higiénico-sanitárias de anti-contágio.
Igualmente delicada é a questão da vacinação anti-Covid: neste ponto, os Bispos reconhecem a existência de muita desinformação e tantas fake-news (notícias falsas); contudo, reiteram que "não podemos descartar tudo aquilo que se diz sobre a fiabilidade, a eficácia, o perigo, os efeitos colaterais e o problema da conservação destas vacinas, a maioria das quais está em fase experimental"; “as dúvidas, a desconfiança, o medo e a relutância da população em se vacinar” são, portanto, “compreensíveis”. Por isso, a CET se questiona se é "realmente apropriado" usar "pressão e sanções para obrigar a população a submeter-se à vacina". Seriam, pelo contrário, necessárias, observam os Bispos, “estratégias que expliquem e convençam as pessoas a tomar uma decisão pessoal, livre e responsável”.
“As medidas coercitivas adoptadas pelas autoridades – insistem os prelados - como a proibição de acesso aos cargos públicos e administrativos sem o certificado de vacina e a obrigação de apresentá-lo para solicitar o Documento de identidade e outros documentos, não serão porventura graves violações dos direitos fundamentais dos cidadãos?". Neste sentido, a CET sublinha que “a estratégia para combater a crise sanitária deve respeitar a dignidade humana, a liberdade e os direitos fundamentais” e deve basear-se “na sensibilização, informação correcta, educação ao respeito das medidas de prevenção, o fortalecimento da imunidade natural colectiva, a aplicação de tratamentos, a vacinação voluntária e informada, a pesquisa científica”.
Ao mesmo tempo, porém, a Igreja Católica de Lomé recorda que “não é apenas com a sua inteligência e o seu saber que o homem vai superar esta pandemia”, porque pode sempre “contar com a ajuda de Deus”, cujo papel “nesta luta é inestimável e insubstituível”. Por isso, se reiteram as observações sobre o encerramento dos locais de culto. E convidando, em seguida, cada qual a “assumir as próprias responsabilidades”, a CET faz um balanço da emergência sanitária no Togo e recorda que “um ano e meio após a descoberta do primeiro caso, em 4 de março de 2020, até 23 de setembro de 2021 registou-se um total de 24.986 casos confirmados, 3.287 casos activos, 21.483 pessoas tratadas e 216 mortos. E isto é muito, e até demais!”.
Demais porque, explicam os Bispos, são muitas as situações deploráveis, como “a falta ou insuficiência de estruturas sanitárias adequadas, de equipamentos apropriados, de pessoal, de curas de qualidade”, que constituem “uma emergência e uma prioridade para o País”. “É, portanto, importante - prossegue a mensagem - que a luta contra a pandemia do coronavírus não leve a um compromisso menor com a melhoria do nosso sistema de saúde e a gestão eficaz de outras doenças”.
A mensagem episcopal termina com o encorajamento a todos os fiéis e a todos os que lutam, na linha de frente, contra o coronavírus: “Vos convidamos a conservar a esperança e a confiar em Cristo, vencedor do mundo - concluem os Bispos. Cuidemos de nós mesmos e vamos redobrar os nossos esforços na luta contra a pandemia; sejamos responsáveis nas nossas escolhas e continuemos a implorar a ternura e a misericórdia do Senhor para toda a humanidade”.
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