A minha missão é servir as nossas comunidades - Jorge Santos
Dulce Araújo – Vatican News
Cabo Verde não poderá progredir sem que a sua diáspora seja considerada um pilar importante do seu plano de desenvolvimento. A crise pandémica levou ao reforço dessa consciência e a uma maior reflexão sobre a necessidade de estabelecer, de forma funcional, a ligação entre as duas partes – disse o Ministro ao ilustrar as razões que levaram o atual Governo de Cabo Verde a criar o Ministério das Comunidades por desmembramento do anterior Ministério dos Negócios Estrangeiros e Comunidades.
Com uma população residente de cerca de 485 mil habitantes e uma diáspora que ronda um milhão e trezentas mil pessoas, o Engenheiro Jorge Santos considera que é necessário ter instrumentos estáveis que permitam criar um clima positivo para receber as remessas e os saberes da diáspora e levar-lhe todas as informações sobre as políticas e atuações do país que lhe dizem respeito.
Para isso – explicou - está em construção um plano estratégico que prevê, entre outras medidas, a criação de uma Fundação Pública da Diáspora; o Concelho das Comunidades, um censo sobre o número e o perfil das comunidades, criação de regras para a integração e interação harmoniosa entre os quadros da diáspora e os que estão na Pátria. Tudo com o objetivo de aproximar e criar uma conectividade funcional entre as partes em benefício do chamado Cabo Verde global.
À observação de que nada disso é novo, pois que muitos desses pontos encontram-se indicados nas conclusões dos diversos Congressos quadrienais dos Quadros, Técnicos e Dirigentes da Diáspora realizados a partir dos anos 90, assim como de outros importantes encontros sobre a diáspora, Jorge Santos responde que o diagnóstico está feito, mas falta concretizar as recomendações. De qualquer modo – afirmou - vai ter em conta esse património documental.
Da comunidade caboverdiana em Itália, o Ministro disse levar impressões de uma comunidade dinâmica, com pessoas das segundas gerações a desejar investir em Cabo Verde (o que as leva a pedir uma Câmara de Comércio caboverdiana-italiana) e muito estimada e respeitada em Itália. Trunfos que a seu ver deverão ser aproveitados para promover esta comunidade e criar a tão almejada Casa de Cabo Verde em Roma. Algo que se deverá fazer nos moldes da de Lisboa e em concertação com as autoridades e entidades italianas. É um projeto que o atual Embaixador de Cabo Verde em Roma, Jorge Figueiredo Gonçalves, tem a peito e que Jorge Santos promete fazer de tudo para concretizar. Com vista nisto e para encontrar as comunidades residentes noutras cidades italianas, ficou também a promessa de voltar daqui a alguns meses à Itália. Quer demonstrar que não se trata de palavreado, mas que é um homem de acção e que a sua missão é servir as comunidades.
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