Bispos africanos promovem formas inovadoras de tornar o Sínodo acessível aos fiéis.
Sr. Jecinter Antoinette Okoth, FSSA – Nairobi, Quenia
Diversos Prelados em África já partilharam experiências sobre a primeira parte do processo do caminho sinodal, a fase diocesana. Uma das muitas iniciativas tem sido a tradução dos documentos de base para as línguas locais, como o Kiswahili.
O principal Documento Preparatório foi publicado pela Secretaria Geral da Santa Sé para o Sínodo. O documento pretende facilitar a primeira fase de escuta e consulta do Povo de Deus nas Igrejas particulares. A abertura solene do Sínodo teve lugar em Roma em outubro de 2021, e se concluirá no Vaticano em 2023 com a assembleia dos Bispos de todo o mundo.
Num pequeno vídeo publicado na terça-feira, 18 de janeiro de 2022, a African Synodality Initiative (a Iniciativa Africana da Sinodalidade, ASI, sigla em inglês) explicou que a ideia de os Bispos trabalharem juntos e partilharem experiências é para encorajar as melhores práticas a alcançarem o maior número possível de fiéis nas dioceses. A Iniciativa Africana da Sinodalidade compreende a Associação dos Membros das Conferências Episcopais na África Oriental (AMECEA) e a Conferência dos Jesuítas para a África e Madagáscar (JCAM).
O Cardeal Antoine Kambanda, da Arquidiocese de Kigali, em Ruanda, o Arcebispo Jude Thaddaeus Ruwa'ichi, de Dar-es-Salaam, na Tanzânia, e o Bispo Willybard Kitogho Lagho, da Diocese de Malindi, no Quénia, partilharam experiências de como conduzir o processo de consulta sinodal nas dioceses.
KiSwahili como a principal língua franca em África
O Ordinário da Diocese de Malindi explicou como foi feita a tradução do documento de trabalho.
“Nós nomeámos a pessoa principal e a equipe diocesana que apresentou uma tradução do documento preparatório na língua Swahili”, disse Dom Lagho.
Segundo a UNESCO, o Kiswahili é uma das línguas mais largamente usadas da família africana e a mais falada na África subsaariana. Existem cerca de 200 milhões de pessoas que a falam. Swahili é uma língua franca falada na África Oriental, Central e partes da África Austral.
“Outras dioceses já estão a pedir a versão traduzida, para que todos, especialmente aqueles que apenas entendem a língua local, possam saber o que é que se requer deles em relação ao Sínodo”, explicou Dom Lagho.
Levando o Sínodo às ruas
Os Bispos em África gostariam que os fiéis estivessem mais envolvidos no processo sinodal. O Cardeal Kambanda, da Arquidiocese de Kigali, em Ruanda, disse que todos são bem-vindos para fazer parte do processo sinodal. A Igreja está pronta para escutar, sublinhou o purpurado.
“Organizámos diferentes movimentos (apostólicos) que vão até aos mercados, aos bares, às ruas e em diferentes lugares sociais ..., vão igualmente alcançar as outras denominações Cristãs e Comunidades religiosas como os Muçulmanos”, disse o Cardeal, acrescentando que a intenção é “escutar a todos”.
O Sínodo e as Pequenas Comunidades Cristãs
Por sua vez, o Arcebispo de Dar-es-Salaam, na Tanzânia, Dom Ruwa'ichi, revelou que “os fiéis estão muito entusiasmados com o Sínodo e receberam a mensagem como um momento de graça para a Igreja e estão mais do que dispostos a participar no processo sinodal que vêem como uma oportunidade para enriquecer e reativar o poder evangelizador da Igreja”, disse o prelado.
O Arcebispo de Dar-es-Salaam revelou ainda que a Igreja em África faria bem em tirar como exemplo de participação o modelo das Pequenas Comunidades Cristãs (PCC) predominantes em África.
As Pequenas Comunidades Cristãs foram adoptadas como prioridade pastoral pelos Bispos da AMECEA em 1976. As PCCs, como entidades paroquiais, enfatizam relações pessoais, a união, os laços familiares, a solidariedade, o sentido de pertença cristã e a partilha, trabalhando e celebrando juntos.
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