Angola se prepara para celebrar os 20 anos de paz e reconciliação nacional
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
A 4 de abril de 2002 os angolanos decidiram pôr fim a uma longa guerra civil (1975 – 2002) que ceifou milhares de vidas humanas e a destruição do País. Neste período foram assinados os acordos de paz entre o Governo do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), as duas formações políticas que mais influências tinham e continuam a ter no País.
Segundo uma nota do Ministério angolano da Administração do Território (MAT), as comemorações do 04 de abril vão desenvolver-se em torno de acções que incutam nos angolanos os ideais de paz, fraternidade, solidariedade, justiça social, unidade e reconciliação.
"Há 20 anos que as armas se calaram definitivamente e as acções da guerra passaram a ser apenas lembranças de um passado para o qual jamais devemos regressar", frisa o documento, sublinhando ainda que o 04 abril não é apenas a data em que se calaram as armas, mas, essencialmente, um reinício da construção de Angola.
A propósito da efeméride o Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) aconselha os cristãos a exercitarem o perdão no dia a dia.
D. José Manuel Imbamba sublinha a necessidade de se construir a fraternidade fundada na humildade.
"A celebração da data acontece num momento em que a democracia, normalizada há 20 anos, será uma vez mais posta à prova com a realização das eleições gerais previstas para agosto, valendo por isso, reforçar a necessidade da união de todos os angolanos, no sentido de fazer vincar os valores de um Estado Democrático e de Direito", explica a nota do Ministério angolano da Administração do Território.
Junta-se à celebração do dia da Paz e da Reconciliação Nacional a Comissão de Justiça e Paz da CEAST que promove de 27 de março a 4 de abri a Jornada da Reconciliação.
O Padre Celestino Epalanga, Secretário da Comissão de Justiça e Paz da CEAST, considera que os angolanos ainda não estão devidamente reconciliados e cita como exemplo os recentes actos de intolerância política que se registaram um pouco por todo o País, nos últimos tempos.
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