Miriam Makeba - cantora e ativista sul-africana. Nascera há 90 anos Miriam Makeba - cantora e ativista sul-africana. Nascera há 90 anos 

Miriam Makeba – A Diva das Divas

Há 90 anos nascia, na África do Sul, a renomada cantora e ativista, Miriam Makeba. Faleceu em Itália, em 2011. Deixou um importante legado artístico, de luta panafricanista e de grande generosidade. Do exílio, levou avante a luta contra o Apartheid, intensificando-a precisamente na sequência do massacre de Sharpeville, ocorrido a 21 de março de 1960. Esse trágico evento está na origem da proclamação, pela ONU, do Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial - 21 de março.

Dulce Araújo - Vaticannews

Se Miriam Makeba não tivesse morrido subitamente, a 9 de novembro de 2008, em Castel Volturno, no sul da Itália, após um concerto, teria comemorado a 4 de março de 2022, 90 anos de idade.

Os seus assinalaram, contudo, a data com uma cerimónia na sala que traz o seu nome num liceu em Pretória.

Uma das participantes foi Abgail Kubeka, companheira de arte que a considera como uma mãe.  “Ela fez de mim aquilo que sou hoje” -afirma esta cantora de 82 anos de idade. Ela considera que os jovens de hoje, na África do Sul, conhecem sim interpretações canoras de Miriam Makeba, mas não o tipo de pessoa que era: generosa, ajudou tanto os outros de várias formas. Estava sempre pronta a ajudar os outros - acrescenta. Há que dar a conhecer esta faceta e Abgail Kubeka está convicta de que a “Miriam Makeba Foudation” irá fazer mais neste sentido.

Também o neto de Miriam Makeba, Lumumba Mandela Lee, acha que o projeto de vida da avó não é suficientemente conhecido pelas novas gerações no mundo.

Neste Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial apraz recordar esta grande artista que percorreu o mundo levando, mesmo até às Nações Unidas, o anseio dos sul-africanos pelo fim do Apartheid e por uma África sem colonialismo. “Ela pôs a África do Sul no mapa” - afirma Abgail Kubeka.

Trazemos então aqui a emissão “África em Clave Feminina: música e arte” que lhe dedicamos na quadra dos seus 90 anos. Para além das duas figuras acima citadas, a crónica de Filinto Elísio, da Casa Editora Rosa de Porcelana, permite percorrer os grandes momentos da vida de Miriam Makeba.

Amada, respeitada no mundo inteiro e especialmente no Continente Africano, Miriam abraçava com o seu grande talento artístico e ideal de libertação e igualdade racial os processos de independência então em curso. Cantou em várias cerimónias de proclamação de Independência. Daí a alcunha de “Mama África” que lhe foi atribuído.

Viveu mais de 30 anos no exílio, mas pode enfim voltar ao seu país, onde repousa. 

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21 março 2022, 15:20