Angola. Eleições: Bispos convidam à moderação, respeito e sentido democrático
P. Bernardo Suate – Cidade do Vaticano
No próximo dia 24 de agosto Angola vai às urnas para eleger o Presidente da República e os Deputados à Assembleia Nacional. Como sempre tem feito, a Igreja convida aos participantes no processo eleitoral à moderação e responsabilidade, fazendo escolhas em razão de programas dos partidos, para desenvolver a Nação, considera Dom António Jaca que também admite que muitas vezes se tem perdido tempo com questões periféricas, fazendo atenção a pessoas e não aos seus programas, que sempre devem estar virados ao desenvolvimento do País, que interessa a todos os angolanos.
Viver eleições como normal momento de festa
O prelado exortou ainda aos angolanos a viver o processo eleitoral como um normal momento de festa: “em democracia normal há alternância, há eleições e os partidos políticos fazem a sua normal actividade política”, reiterou Dom Jaca, enfatizando que “o desejo da Igreja em Angola é que tudo se faça com moderação, com respeito e sentido democrático”. O Bispo de Benguela não deixou de apelar sobretudo aos responsáveis de, no exercício do seu direito de fazer militância e votar, procederem com prudência para não darem a percepção de algum alinhamento específico do grupo a que pertencem ou da própria Igreja.
Políticos patriotas, que amem realmente a Nação
Para Dom António Jaca, as eleições são uma oportunidade para o País continuar a dar passos em frente: “nós vivemos momentos de grande dificuldade económica, de graves situações de corrupção com perda de milhões de milhões de dólares e em que concidadãos nossos empobreceram o País em vez de o ajudar a progredir ..., estas eleições sejam uma ocasião para também se corrigir isto: que os nossos políticos sejam realmente aqueles que amam a Nação, amam o País” – sublinhou o prelado.
O prelado angolano ressaltou ainda que os políticos devem sempre trabalhar para o bem do País e para o seu desenvolvimento, e sobretudo para o bem-estar das populações, e não para os interesses pessoais ou do próprio partido – “Angola precisa de políticos que amem a pátria, de políticos patriotas, e não de políticos apenas interessados nos votos” – esclareceu Dom António Jaca.
Eleições uma oportunidade para dar um salto em frente
O Bispo de Benguela falou em seguida de Angola, um País com muitas possibilidades, disse, e as eleições deveriam ser uma oportunidade para que se dê um salto para frente. Para tal, “as eleições devem ser um exercício de cidadania, votando cada qual com consciência e em consciência, e com o sentido de ajudar que o País caminhe”, insistiu Dom Jaca convidando o eleitorado a escolher Partidos que apresentem projectos de governação que mostrem claramente que estão comprometidos com o País, com o bem-estar de todos, e partidos liderados por políticos incorruptíveis e com sentido moral, capazes de defender o País e ajudá-lo a sair da situação em que se encontra.
“O desejo da Igreja e de todos os angolanos é que o País vá para frente com políticos que sejam verdadeiramente patriotas, interessados em que o País caminhe, trilhando os caminhos do desenvolvimento e dando à economia uma direção que ajude a que os Angolanos vivam em condições minimamente aceitáveis e com dignidade” – sublinhou Dom Jaca, exortando os que têm posses a partilhar, sem se deixar levar pelo consumismo desenfreado e pelo egoísmo, e nem pelo desejo de acumular riquezas, deixando os outros na miséria.
Quem tem poder económico seja aberto a acções sociais
Infelizmente, lamentou de facto o Bispo de Benguela, os ricos de Angola, os empresários e todos os que têm poder económico, não são muito dados a acções sociais, a ajudar as pessoas, instituições que, como a Igreja, têm os lares, que se ocupam do cuidado das crianças e pessoas vulneráveis na sociedade – “são injustiças gritantes que devem mexer o coração de cada cidadão”, observou Dom Jaca, lançando um veemente apelo para que o mecenato e o voluntariado funcionem em Angola.
Jovens não se deixem corromper pela situação
Um apelo, por fim, aos jovens de Angola, para que não percam a esperança e não se deixem corromper pela situação presente. Para Dom Jaca, os jovens devem ser os actores da mudança, porque eles com o seu trabalho, a sua voz, a sua participação na vida política, na vida económica (embora as oportunidades sejam poucas), lá onde eles se encontram, podem mudar fazendo melhorar as coisas, em vez de enveredar pelos caminhos da degradação que não levam a lado nenhum, e podem mostrar que é possível mudar o País.
Jovens participem, não se escondam, não fujam ...
Jovens com talento e com vontade podem ajudar o País a ir para frente, disse a terminar Dom António Jaca, exortando aos jovens a nunca perder a esperança: “É a hora da juventude e, portanto, o meu apelo aos jovens é que participem da vida da Nação, da vida política, que não se escondam, não fujam, não se refugiem naquelas situações degradantes, mas que assumam o País em mão aproveitando as oportunidades que têm e que lhes são dadas, para que o País tenha um rumo diferente” – concluiu Dom António Francisco Jaca.
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