Angola: Lançada a primeira pedra para a construção da Basílica da Muxima

Anastácio Sasembele – Luanda, Angola

Três anos é o tempo previsto para a conclusão das obras da futura Basílica dedicada a Nossa Senhora da Conceição da Vila da Muxima, popularmente conhecido como o Santuário da Muxima ou Mamã Muxima.

É a padroeira mais venerada e de maior devoção popular em Angola e em toda a África, recebendo, anualmente, mais de 1 milhão de peregrinos, com a romaria alcançando números idênticos.

Situado à margem esquerda do maior Rio de Angola, o “Kwanza”, o Santuário dista a 130 quilómetros da capital, Luanda, e pertence à zona pastoral da diocese de Viana.

O Presidente da República de Angola, João Lourenço, quando falava nesta terça-feira (19) à imprensa, depois de ter lançado a primeira pedra das obras de requalificação da Vila da Muxima e a construção do Santuário, explicou que o projecto maior é o da requalificação da Vila da Muxima, que incluirá o Santuário, muito mais moderno com a nova catedral, e vai melhorar essencialmente as condições de vida das populações locais e potenciar a actividade turística, em particular o turismo religioso.

As origens do Santuário remontam ao ano de 1599 e  logo se converteu num importante centro do cristianismo, sendo o lugar onde se baptizavam os africanos antes de embarcá-los como escravos para diversas localidades do mundo.

Em outubro de 2013, a imagem da Nossa Senhora, a principal referência do Santuário, foi alvo de tentativa de destruição, num dos maiores actos de intolerância religiosa já registados no País, ficando com alguns danos que foram prontamente recuperados.

D. José Manuel Imbamba, Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), na presença do Cardeal Alexandre do Nascimento, do Núncio Apostólico em Angola, D. Giovanni Gaspari, dos Bispos da CEAST e dos Auxiliares, do Poder Executivo, disse que a obra da Basílica da Muxima representa reconhecimento do crescimento da fé em Angola.

A iniciativa deste projecto partiu do falecido presidente José Eduardo dos Santos que ofereceu ao Papa Francisco em 2014 a maquete do Santuário, e em 2019 o actual presidente João Lourenço diante do Papa Francisco comprometeu-se em materializar o projecto do seu antecessor.

A ser implantado numa área de 90 hectares, 40 hectares dos quais nesta primeira fase, a requalificação da Vila da Muxima inclui a edificação de infra-estruturas para áreas dos edifícios de habitação e comércio, estação de energia e de tratamento de água potável e residual.