Angola - Luto nacional pela morte de José Eduardo dos Santos

Anastácio Sasembele - Luanda

O antigo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, morreu esta sexta-feira (8/7), em Barcelona - Espanha, vítima de doença.

A informação foi confirmada pelo Governo angolano, que dá conta que o óbito foi confirmado pelas 11 horas pela equipa médica.

Nas últimas semanas, vários órgãos de comunicação apontavam que o seu estado de saúde havia se complicado, de forma "irreversível".

Em Angola o ambiente é de consternação, e o executivo angolano, liderado pelo Presidente, João Lourenço, já manifestou consternação pela morte do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Num comunicado oficial dirigido à Nação, o Executivo inclina-se, “com o maior respeito  e consideração”, perante a figura de um Estadista de grande dimensão  histórica,  que regeu durante muitos anos com “clarividência e humanismo” os destinos da Nação em momentos difíceis.

O Filósofo e analista político, Albino Pakisi, realça o papel de José Eduardo dos Santos na pacificação do país e fala na necessidade de se preservar o seu legado.

Em Angola, o ambiente é de profunda consternação e apela–se à  serenidade de todos neste momento  de dor.

O Jurista, Bartolomeu Milton, fala de um líder que procurava gerar equilíbrios apesar de algumas falhas própria da natureza humana e cita igualmente a paz como um dos grandes legados do ex Presidente, José Eduardo dos Santos.

O Executivo  angolano decretou, esta sexta-feira, luto nacional de cinco dias pela morte do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

Segundo o Decreto Presidencial, a que a tivemos acesso,  o luto visa homenagear condignamente a sua figura, a sua obra, os seus feitos e o seu legado ao serviço da Nação Angolana.

O Decreto lembra o antigo Presidente como uma figura ímpar da Pátria angolana, à qual se dedicou desde muito cedo, tendo tido relevante participação na luta contra a colonização, na conquista da Independência nacional, na consolidação da Nação, na sua afirmação no contexto das Nações, na conquista da Paz e reconstrução e reconciliação nacionais.

Avança que enquanto vigorar o luto nacional, que terá início às 0h00 do dia 9 deste mês, deve-se colocar a Bandeira Nacional à meia-haste e cancelar todos os espetáculos e manifestações públicas.  

O Pe Celestino Epalanga, Secretário da Comissão de Justiça e Paz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) fala igualmente do legado de José Eduardo dos Santos.

José Eduardo dos Santos chegou ao poder em setembro de 1979, na sequência da morte do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto.

Ocupou as funções de Presidente da República durante 38 anos, até Setembro de 2017, altura em que foi sucedido pelo actual Chefe de Estado, João Lourenço.

Além de Presidente da República, foi Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA) e Presidente do MPLA, partido que governa o país desde a proclamação da independência nacional, a 11 de Novembro de 1975.

Da sua ficha política consta, ainda, o cargo de Ministro das Relações Exteriores, e outras funções no Estado e no MPLA.

Conduziu o processo que culminou com a assinatura dos Acordos de Paz, a 4 de Abril de 2002, na sequência da morte do então líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi.