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Angola - Resultados provisórios dão maioria parlamentar ao MPLA

Eleições em Angola: Resultados provisórios atribuem maioria parlamentar ao MPLA com direito a governar nos próximos 5 anos, UNITA regista crescimento robusto, Bispos da CEAST apelam à serenidade até à publicação final e definitivo dos resultados.

Anastácio Sasembele - Luanda

O MPLA detém 124 deputados à Assembleia Nacional, escrutinados que estão já 97, 03 por cento dos votos e a poucas horas do anúncio dos resultados finais das quintas eleições gerais de Angola, realizadas na quarta-feira (24).

Os últimos resultados provisórios divulgados na noite de quinta – feira (25/08) pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) atribuem ao MPLA 51,07 por cento, correspondentes a 3 milhões 162.801 votos, seguindo-se a UNITA com 44,05% (2.727.885 / 90 deputados) e o PRS com 1,13% (70.398 / 2 deputados).

Surgem a FNLA com 1,05% (65.223 / 2 deputados e surpreendentemente o estreante PHA com 1,01% (63.002 / 2 deputados).

A CASA-CE com 0,75% (46.750), até aqui a terceira força política do país, não conseguiu qualquer deputado, tal como a APN com 0,48% (29,740) e o P-JANGO com 0,42% dos votos (26.268).

Segundo a CNE órgão responsável pela condução do processo eleitoral, a contagem continua e nas próximas horas serão divulgados os resultados finais definitivos.

O pleito também contou com a participação de oito candidatos a Presidente da República e 14 milhões e 399 mil cidadãos, destes 22 mil e 560 residentes no estrangeiro, que pela primeira vez puderam votar vivendo fora de Angola.

O sufrágio visou igualmente a eleição do Vice-Presidente do país e os 220 representantes do povo no Parlamento.

Este resultado consubstancia um crescimento muito robusto da UNITA face aos resultados de 2017, o que compreende uma derrocada eleitoral do MPLA, apesar de o partido que governa Angola desde 1975 manter a maioria absoluta.

Faustino Mumbica da UNITA destaca os pontos positivos alcançados durante o pleito.

O MPLA com maioria absoluta, mantém o poder de aprovar legislação sem precisar da oposição, mas perde a maioria qualificada que manteve até aqui, o que lhe permitiria proceder a alterações à Constituição contando apenas com o seu grupo parlamentar. Todavia, com 124 deputados, em 220, o MPLA vê a oposição crescer largamente no hemiciclo, que passa a contar com 96 eleitos, sendo 90 do partido UNITA, e seis repartidos igualmente pelo PRS, pela FNLA e pelo Partido Humanista de Angola, que entra pela primeira vez no Parlamento, embora - o PHA foi criado recentemente -, da única mulher, Bela Malaquias, a encabeçar uma lista de candidatos nestas históricas eleições em Angola, as quintas da sua história e as quartas depois da guerra ter acabado, em 2002.

Sobre este resultado, Rui Falcão, secretário para a informação do Bureau Político do MPLA, disse aos jornalistas que uma maioria absoluta permite "governar tranquilamente" nos próximos cinco anos.

João Lourenço líder do MPLA prepara-se para exercer um novo mandato na Presidência da República, numa vitória distante dos 61,8% obtidos em 2017. Adalberto da Costa Júnior conquista para a UNITA um resultado histórico. Além da forte subida em relação ao resultado obtido em 2017, a UNITA venceu em Luanda, a maior praça eleitoral do país, suplantando o partido no poder por quase 435 mil votos, chegando aos 62,59% contra 33,31% do MPLA. O maior partido da oposição dominou também no Zaire, com 52,10% dos votos contra 36,25% do MPLA, e na província de Cabinda, com uma votação de 68,55% contra 26,36% do partido do poder.

Em reacção ao actual ambiente político marcado pela divulgação dos resultados provisórios, D. José Manuel Imbamba, Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) destaca a nobreza e o civismo dos angolanos durante o pleito.

E o arcebispo do Huambo D. Zeferino Zeca Martins espera que os resultados das eleições gerais de 24 de Agosto espelhem lisura transparência quando forem definitivamente publicados.

Já o Arcebispo de Luanda D. Filomeno do Nascimento Vieira Dias pede igualmente a calma aos cidadãos neste momento de espera pelos resultados definitivos das eleições gerais, lembrando que quem ganha, não ganha tudo e quem perde não perde tudo. 

Oiça

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26 agosto 2022, 11:27