Fiéis de diferentes confissões marcham pela paz na Guiné-Bissau e no mundo
Casimiro Jorge Cajucam - Rádio Sol Mansi, Guiné-Bissau.
A marcha e oração inter-religiosa pela paz na Guiné-Bissau e no mundo decorreu neste fim-de-semana (14/01), na cidade de Bafatá, uma iniciativa da diocese de Bafatá abraçada pelas outras confissões religiosas daquela região leste da Guiné-Bissau.
As ruas e estradas de Bafatá eram pequenas para os cerca de três mil crentes das diferentes confissões religiosas e a organização da sociedade civil que, vestidos de camisolas brancas, percorreram cerca de 4 quilómetros até à sede do governo local, com cânticos, dísticos e cartazes onde se pode ler frases como “queremos a semente da paz para semear no coração dos homens”, numa clara demostração de sã convivência reinante entre as diferentes religiões presentes no País, e numa altura em que vão crescendo preocupações sobre a aproximação de extremismo religioso na costa ocidental africana, tendo já, segundo algumas pessoas atentas, alguns sinais a pairar na Guiné-Bissau.
Falando no ato, o representante de Comunidade muçulmana, Aladje Seco Sidibé, pediu a paz para o mundo e em especial para a Guiné-Bissau.
“Trata-se dum encontro muito bom. Nós os muçulmanos fizemos o nosso, os católicos fizeram deles e outros [evangélicos e religião tradicional] fizerem deles como único objetivo que haja paz no mundo e em especial na Guiné-Bissau”, finalizou.
Por seu turno, o pastor de Igreja evangélica, Demba Baldé, enalteceu a importância do encontro.
E por fim, o padre Paulo de Pina Araújo, que falava em nome da Igreja católica de Bafatá, sublinhou a necessidade de o País viver em paz.
“É necessário vivermos em paz, as pessoas precisam da paz. O nosso País é pobre onde as pessoas não têm o mínimo para viver e além de mais não têm a paz, isso é muito grave, pelo menos que tenhamos a paz e tranquilidade”.
Padre Paulo de Pina explicou ainda um outro propósito desta marcha pela paz, que também era para dizer basta a muitas cenas tristes ocorridas durante o ano transato.
“A marcha é também para dizer basta aos atos de violência, basta à maldade porque na verdade nós vivemos o ano 2022 com muitas tristezas, temos a guerra na Ucrânia que afetou quase todo mundo principalmente aqui na Guiné-Bissau. Vivemos aqui no nosso País, vivemos o momento muito conturbado de espancamentos, de falta de liberdade de expressão e cá na região de Bafatá vivemos episódios de homens que violentaram suas mulheres até à morte, de espancamento, do homem que queimou a sua mulher e crianças sendo violadas, tudo isso demonstra que não há esse espirito de paz e de harmonia”, concluiu.
De salientar que para além de Bafatá, a marcha inter-religiosa pela paz na Guiné-Bissau e no mundo realizou-se também em outras paróquias pertencentes à Diocese de Bafatá.
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