RCA. Bispos: "Centro-africanos correm risco de se tornar estrangeiros na própria pátria”
Cidade do Vaticano
A escassez de combustível, o aumento dos preços dos bens de primeira necessidade, a insegurança em que vivem vastas zonas do País são os principais desafios que a República Centro-Africana deve enfrentar, segundo escrevem os Bispos no comunicado.
A fraca economia centro-africana também deve enfrentar um outro desafio, o do açambarcamento de terras aráveis por parte de interesses estrangeiros. “A República Centro-Africana tem sido sempre uma terra acolhedora e hospitaleira”, afirmam os Bispos.
“Contra qualquer tipo de xenofobia, a hospitalidade e o acolhimento aos estrangeiros estão inscritos no coração da nossa fé cristã e em letras douradas no topo dos nossos valores ancestrais. Com muitas perguntas, porém, assistimos hoje a uma verdadeira corrida de cidadãos de outros Países da região e também de outras partes do mundo para comprar terras ... Não temos nada contra a injeção de capital estrangeiro no fraco tecido da economia centro-africana, na condição de que gera riqueza e trabalho para as filhas e os filhos deste País", afirmam os Bispos, que também denunciam que "estão sendo vendidas grandes parcelas de vários hectares e sítios estratégicos mineiros e florestais".
O Bispo de Bossangoa e Presidente da Conferência Episcopal, Dom Nestor-Désiré Nongo Aziagbia, convida, pois, a uma revisão da lei fundiária sem a qual, sublinha o prelado, “os centro-africanos correm o risco de se tornar estrangeiros na própria pátria”.
Estas preocupações foram apresentadas pelo próprio Bispo Dom Aziagbia ao Presidente Faustin Archange Touadéra, durante um encontro entre o Chefe de Estado e uma delegação da Conferência Episcopal no sábado, 14 de janeiro.
Ao explicar as atividades da Igreja Católica na República Centro-Africana, os Bispos reiteraram ao Presidente as apreensões da população sobre o desenvolvimento, incluindo as questões relacionadas com as estradas, a educação, a saúde, a escassez de combustível – com a Agência Fides.
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