Angola. CEAST apela à conjugação de esforços para a preservação da paz e reconciliação
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
Todos os anos, desde o ano Santo do Senhor de 1996, a Igreja Angolana passou a celebrar, no Quarto Domingo da Quaresma, o dia Nacional da Reconciliação e, desde 2019, a Comissão Episcopal de Justiça e Paz da CEAST organiza as Jornadas da Reconciliação Nacional e da Paz. As mesmas têm início no Quarto Domingo da Quaresma e terminam no dia 4 de abril, Dia da Paz.
E neste presente ano as jornadas decorrem sob o lema “Aprendei a fazer o bem e buscai a justiça” do livro de isaías, 1:17.
A mensagem para a Jornada Nacional da Reconciliação e da Paz 2023, lida em todas as Paróquias e Comunidades religiosas de Angola, no Domingo 19 de março, convida à uma introspecção e reflexão profunda sobre os males que afligem a sociedade angolana, desde “a mentalidade feiticista, ódio, intolerância, a falta de transparência na gestão da coisa pública, busca incessante do poder a qualquer preço e a instrumentação dos meios de comunicação públicos”.
D. José Manuel Imbamba, arcebispo de Saurimo e Presidente da CEAST, convidado a presidir à Missa do Dia Nacional da Reconciliação, exortou as famílias e a sociedade em geral a desfazer-se da cegueira espiritual, social, familiar, política e jurídica, que não ajuda a construir o mundo irmanado, e a família cristã de que se precisa.
A mensagem para a Jornada Nacional da Reconciliação e da Paz 2023 faz ainda menção que Angola necessita de uma nova Constituição de acordo com as exigências da hora presente, pois a pratica actual faz com que as instituições do País sejam reféns do partido no poder.
“As instituições do País vão perdendo credibilidade a nível nacional e internacional, por causa da corrupção e da impunidade embora os media estatais se esforcem em querer mostrar outra imagem de Angola”, lê-se na mensagem.
Dom Imbamba apelou que nesta Semana Nacional da Reconciliação e da Paz as pessoas que têm cargos de alta responsabilidade devem sobretudo fazer transparecer a alegria no seio dos irmãos para um ambiente saudável e de paz.
E por fim, o Presidente da CEAST pediu a todos os angolanos, e não só, a serem promotores e construtores da reconciliação e da paz.
O Calendário Nacional, estabeleceu o dia 4 de abril, como feriado nacional, para celebrar os acordos de Paz que puseram fim a anos de guerra intestina.
Com efeito, são passados 21 anos desde que se calaram as armas, sendo o mais longo período "de ausência de guerra" que Angola registou nos seus quase 48 anos de história como País independente.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui