Tanzânia. UMOFC: Capacitar mulheres para um futuro livre de violência e discriminação
Cidade do Vaticano
O tão esperado seminário é o segundo que o Observatório Mundial da Mulher (WWO, sigla em inglês) organiza, desta vez intitulado “Rede Africana contra a Violência e a Discriminação da Mulher. Primeiros passos". Este evento de quatro dias a decorrer em Dar es Salaam promete, segundo os organizadores, ser um encontro fundamental para capacitar as mulheres e trazer mudanças positivas. Trata-se, de facto, de um evento transformador visando apresentar os resultados iniciais das atividades do Observatório em África e destacar as melhores práticas existentes.
“O principal problema para quase metade da população feminina africana é de ser vítima invisível da violência e da discriminação. O que é ainda mais preocupante é que isso acontece sistematicamente e é um fenómeno generalizado a todos os níveis sociais”, explica Mónica Santamarina, Presidente Geral da União Mundial das Organizações Femininas Católicas e do seu Observatório. “Em colaboração com a Fundação Hilton”, sublinha a Presidente, “estamos a implementar um projeto que visa erradicar a discriminação e a violência contra as mulheres em África, para uma mudança de paradigma cultural e social”.
Nesta perspetiva, o Observatório aposta na promoção de redes de colaboração entre Congregações religiosas e organizações da sociedade civil, bem como na implementação de atividades de formação e capacitação para mulheres.
Patricio Caruso, um consultor do Observatório, destaca que este seminário estará em plena sintonia e continuidade com o evento de 2022 realizado no Quénia, reiterando que “o encontro oferecerá uma importante oportunidade para fortalecer a rede entre organizações seculares e as Congregações religiosas em vários Países africanos. "
O seminário de Dar es Salaam, a ser realizado em inglês e francês, incluirá atividades de formação e palestrantes de destaque em diferentes áreas.
Até ao momento, a iniciativa de escuta do Observatório Mundial da Mulher tem envolvido diretamente no continente 10.680 mulheres que tiveram a oportunidade de partilhar as suas histórias de dor, bem como as suas conquistas por meio de uma pesquisa direcionada. Além disso, 110 mulheres "especialistas", a trabalhar em estreita colaboração com diversas comunidades em 37 Países africanos, e contribuindo para resultados significativos nas suas instituições ao longo dos anos, têm partilhado as suas experiências sobre violência e discriminação contra as mulheres. Das 110 mulheres envolvidas, 59 são leigas e 51 são religiosas.
Segundo Ana Martiarena, coordenadora do projeto, este evento de julho será uma oportunidade para alargar o convite de modo a integrar a sua rede a outras organizações, instituições e indivíduos particulares, para que cada qual possa contribuir, com os seus conhecimentos, metodologias de trabalho e experiências, no combate à discriminação e violência em África.
A iniciativa é apoiada pela campanha social que convida a pessoa a “Tornar-se Embaixador/a do Invisível”. Esta campanha é um apelo à participação ativa na promoção de mudanças para que até as mulheres mais vulneráveis e indefesas possam ter voz e respeito pela sua dignidade. Todos os materiais da campanha estão disponíveis para download na página do Observatório e são divulgados através das plataformas dos media sociais Facebook e Instagram do Observatório Mundial da Mulher (WWO).
De salientar, que o Observatório Mundial da Mulher é uma iniciativa promovida pela União Mundial das Organizações Femininas Católicas (UMOFC), criada em 2021 para dar voz às mulheres "invisíveis" em todo o mundo, e visa inspirar e gerar estratégias pastorais, mas também encorajar políticas públicas e privadas para apoiar o desenvolvimento humano integral das mulheres, suas famílias, comunidades e populações.
A UMOFC é uma organização internacional fundada em 1910, e presente em cerca de 60 Países com a adesão de cerca de uma centena de instituições de mulheres católicas, totalizando em cerca de oito milhões de mulheres representadas. Desde 2006, a UMOFC é reconhecida pela Santa Sé como uma "Associação Pública Internacional de Fiéis".
A organização está empenhada em promover a presença, participação e corresponsabilidade das mulheres católicas na sociedade e na Igreja, para que elas possam levar adiante a sua missão evangelizadora e trabalhar pelo desenvolvimento humano integral.
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