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Dom Inácio Saúre, Arcebispo de Nampula durante a JMJ Lisboa 2023 Dom Inácio Saúre, Arcebispo de Nampula durante a JMJ Lisboa 2023 

Dom Inácio Saúre. JMJ de Lisboa ocasião para maior sentido de pertença à Igreja

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é uma ocasião providencial para nos sentirmos membros da Igreja, para um maior sentido de pertença à Igreja por parte dos jovens do mundo inteiro – disse em entrevista o arcebispo de Nampula (Moçambique), Dom Inácio Saúre, que acompanhou a delegação dos jovens moçambicanos em Lisboa.

Padre Bernardo Suate – Cidade do Vaticano

Apesar das limitações financeira e outras, os jovens fizeram de tudo para que pudessem estar bem presentes na JMJ e, de facto, isto foi possível, pois a presença de jovens moçambicanos foi muito boa, reiterou o prelado que falou em mais de 500 participantes, entre os inscritos pela Comissão episcopal moçambicana para a juventude e os que se inscreveram através de Congregações religiosas.

Longa preparação

A preparação a esta Jornada, observa o arcebispo de Nampula, foi longa: por um lado houve o adiamento da celebração do evento por causa da pandemia da Covid-19 e, por outro, tivemos a preparação da nossa segunda Jornada Nacional da Juventude. Mas, com a atualização das datas da sua realização, nós também começamos a nossa preparação, guiados pelo tema proposto pelo Santo Padre: “Maria levantou-se apressadamente e foi à montanha”, que foi sendo partilhado nas diferentes Paróquias e Dioceses e, portanto, a juventude foi se preparando.

Testemunho do jovem deslocado interno da guerra em Cabo Delgado

Aqui em Portugal, prosseguiu Dom Saúre, os jovens moçambicanos viveram intensamente a peregrinação, partilhando a sua experiência de fé, as suas alegrias, as suas dificuldades com os jovens do mundo inteiro. Um dos aspectos mais importantes foi o testemunho de um jovem deslocado interno da guerra de Cabo Delgado. De facto, explicou o prelado, a nossa preocupação era permitir que pudesse participar algum jovem destes lugares de guerra de Cabo Delgado, alguém com essa experiência dolorosa de guerra lá de Cabo Delgado, ainda em curso, e essa presença foi possível.

E, assim, os jovens moçambicanos fizeram as pré-jornadas sobretudo na arquidiocese de Braga, e gostaram muito dessa experiência do encontro com jovens de diferentes paróquias de Braga – reiterou o prelado. Naturalmente, a sua grande expectativa é de se encontrar com o Papa Francisco, de ouvir, acolher e assumir a sua mensagem e, portanto, há um grande entusiasmo, há um grande desejo deste encontro e os jovens estão bem preparado para isso.

JMJ Lisboa 2023 e a ecologia integral

Dom Inácio Saúre também falou da sua experiência como animador de uma catequese, durante as pré-jornadas da JMJ de Lisboa, cujo tema foi “a ecologia integral”. Foi muito interessante ver que os jovens, estão também preocupados com o convite do Santo Padre de preservarmos e cuidarmos da nossa casa comum. No campo da ecologia, portanto, muito se poderia dizer, mas, em poucas palavras, “Deus nos deu este mundo belo que é a casa nossa comum, e nós precisamos de guardá-la, de conservá-la e torna-la mais habitável e mais alegre, e a Igreja deve ajudar os jovens e a humanidade a melhor conservar a casa comum e fazermos todo o necessário para que o ambiente não seja destruído.

A terminar o prelado moçambicano quis deixar um apelo à paz, bem indispensável para o bem-estar da pessoa humana, recordando que a paz não é só ausência da guerra, mas a promoção de todas aquelas condições que fazem com que as pessoas vivam bem. “Não à guerra, não a matanças, não ao ódio, não à discriminação de qualquer que seja a natureza, e sim à uma fraternidade universal de todos os homens e mulheres” – concluiu Dom Inácio Saúre.

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11 agosto 2023, 15:34