Gabão. Após as eleições imposto recolher obrigatório, cortado acesso à Internet
Cidade do Vaticano
Concorriam nas eleições de sábado, 26 de agosto, o Presidente cessante, Ali Bongo Ondimba, e o seu principal adversário, Albert Ondo Ossa. Onda Ossa denunciou "fraudes orquestradas" por parte do grupo Bongo nas eleições presidenciais e legislativas e pediu para ser declarado vencedor no final do escrutínio.
“Para evitar “a difusão de apelos à violência (…) e de falsas informações”, “o governo tomou a decisão de suspender, até novo aviso, o acesso à Internet em todo o território. O recolher obrigatório em todo o território foi decretado e será aplicado a partir do Domingo, 27 de agosto. Entrará em vigor todos os dias, das 19 às 6", disse à televisão pública o ministro das Comunicações, Rodrigue Mboumba Bissawou.
Foi também ordenada a proibição provisória da transmissão no Gabão dos meios de comunicação France 24, RFI e TV5 Monde "acusados de "falta de objectividade e equilíbrio no tratamento da informação em relação às eleições gerais em curso".
A Conferência Episcopal do Gabão havia proclamado dois dias de oração e penitência pelo País, para os dias 7 e 8 de julho, em vista da votação de 26 de agosto, marcada por tensões após o anúncio, em 8 de julho, de o Presidente cessante querer concorrer a um terceiro mandato.
Ali Bongo Ondimba, de 64 anos, tinha sucedido ao pai, Omar Bongo, depois da sua morte em 2009, perpetuando assim o poder de uma dinastia familiar que começou em 1967 com o empossamento do então Albert-Bernard Bongo, que mais tarde se tornaria El Hadj Omar Bongo Ondimba, após a sua conversão ao Islão.
A oposição quer interromper o longo período de poder da família Bongo e escolheu precisamente Albert Ondo Ossa como seu principal candidato (embora existam outros adversários). Este foi acusado nas vésperas da votação por Bongo de "alta traição" com base na gravação de uma suposta conversa em que o candidato da oposição teria considerado o apoio de "exércitos estrangeiros" para tomar o poder. Ossa responde que a gravação é uma farsa, uma invenção orquestrada pelo grupo presidencial – com Agência Fides.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui