Africanos no Sínodo instados a familiarizar-se com o Documento de Trabalho

Por Andrew Kaufa, SMM, para o Vatican News

No seu discurso de abertura, o Presidente do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagáscar (SECAM), Cardeal Fridolin Ambongo, convidou os participantes a trabalhar juntos como família de Deus e entrar na dinâmica do Sínodo.

“Somos privilegiados por termos sido convidados a participar no Sínodo. O Sínodo sobre a Sinodalidade é um momento histórico e especial em relação ao seu tema, sua característica especial de caminhar juntos e ouvir uns aos outros e ao Espírito Santo, e o seu estilo distinto que o diferencia de todos os Sínodos anteriores”, disse o Cardeal Ambongo.

Reexaminar Documento sinodal africano e Instrumentum Laboris

Por sua vez, o Secretário-geral do SECAM, Padre Rafael Simbine Jr, insistiu para que o encontro seja encarado como um pré-Sínodo, onde os participantes vão realizar duas atividades principais, a saber, o reexame do Documento sinodal africano e do Instrumentum Laboris.

“Os principais objetivos deste seminário são basicamente quatro: que os participantes da África no Sínodo se conheçam e se reconheçam; se familiarizem com o Instrumentum Laboris e façam perguntas de esclarecimento; aprofundem a compreensão da metodologia da Conversa Espiritual; e compartilhem expectativas pessoais sobre a próxima reunião do Sínodo sobre a Sinodalidade em Roma”, disse o Padre Simbine.

 Prioridades da Igreja em África

Iniciando o encontro, o Padre Vitalis Anaheobi lembrou brevemente aos participantes o conteúdo do Documento continental da África, conforme endossado pelos delegados no encontro de 6 de março de 2023 dos delegados africanos em Adis Abeba, Etiópia. O documento destacou as prioridades no contexto da Igreja em África que incluem, entre outras, o aprofundamento do espírito de sinodalidade no contexto da Igreja em África; alinhar os princípios da sinodalidade com o Evangelho e os valores africanos; uma Igreja empenhada em promover a paz e a justiça no contexto africano marcado pela exploração de recursos e conflitos sociais; promover a comunhão no contexto da subsidiariedade e corresponsabilidade de todos os batizados da Igreja; pastoral da família; e uma Igreja comprometida em abordar a justiça ecológica e a administração.

Sobre o Instrumentum Laboris, Dom Lúcio Andrice Muandula recordou aos participantes as duas seções do Documento de Trabalho, no qual chama a atenção para os frutos já colhidos desde o início do caminho sinodal e as duas questões chaves que levarão à identificação dos passos práticos desejados que devem ser tomados pela Igreja a partir de agora.

Dignidade comum de todo o baptizado

“Com o Espírito Santo como protagonista, o caminho sinodal foi uma oportunidade para a Igreja em África”, disse ele, acrescentando: “O Instrumentum Laboris trata da Igreja sinodal fundada no reconhecimento da dignidade comum de todo o batizado como membro da Igreja, inspirado pelo Espírito Santo e enviado para cumprir uma missão”.

Desta forma, Dom Lúcio lançou as bases para exortar os participantes a se aprofundarem nas questões-chave levantadas no Documento de Trabalho, acrescentando que, neste ponto, a familiaridade com a metodologia do Diálogo Espiritual torna-se fundamental para discernir os passos necessários para promover a missão da Igreja no espírito de sinodalidade que enfatiza a comunhão, a corresponsabilidade e a abordagem participativa da governação e do exercício da autoridade.

Segundo o Cardeal Ambongo, a Igreja em África agradece ao Papa Francisco que nomeou do continente 5 Cardeais, 48 ​​bispos, 6 sacerdotes, 6 religiosas e 2 leigos para participar no Sínodo. Neste encontro, mais de 47 participantes se reuniram de todas as oito Regiões do SECAM.