Quénia. “Pôr em primeiro lugar a justiça social”, dizem Bispos recordando Padre Kaiser
Cidade do Vaticano
E foi precisamente no local da descoberta do corpo do missionário morto que se realizou a cerimónia, rito retomado após um intervalo de três anos, por causa da Covid.
Na altura, os Bispos que se seguiram ao microfone convidaram o governo a respeitar os compromissos assumidos com o eleitorado, recordando as promessas eleitorais não cumpridas, muitas das quais ultrapassaram os prazos estabelecidos, e sublinharam o dever de procurar a justiça social, reflectindo os ideais do Padre Kaiser.
Os Bispos também pediram que fossem tomadas medidas contra os agentes da polícia, acusados de violações dos direitos humanos durante as manifestações da coligação Azimio la Umoja One Kenya, que resultaram na morte de mais de 30 pessoas, e exortaram aos representantes dos partidos políticos a dar prioridade ao bem-estar da nação, em vez de permitir que as discussões se transformem em intercâmbios infrutíferos que produzem pouco progresso para os cidadãos.
O Padre John Anthony Kaiser nasceu em Perham, Minnesota, nos Estados Unidos da América, em 23 de novembro de 1932. Ingressou na Congregação da Sociedade Missionária de São José de Mill Hill e foi ordenado sacerdote em St. Louis em 1964 e, no mesmo ano, foi enviado ao Quénia em missão.
Prestou os seus serviços na Diocese de Kisii durante vinte anos; e mais tarde nas dioceses de Nakuru e Ngong. Como missionário, serviu os pobres, defendeu a justiça para os oprimidos e o respeito pelos direitos humanos. No auge da violência étnica e dos conflitos territoriais no Quénia, em 1993, o Padre Kaiser trabalhou no campo para deslocados internos de Maela, na diocese de Nakuru.
O seu corpo sem vida foi encontrado em 24 de agosto de 2000 ao longo da autoestrada Nairobi-Nakuru. Na altura, não foi possível determinar a causa da sua morte, mas posteriormente foi descoberto que ele havia sido assassinado por desconhecidos. A pedido da Conferência Episcopal Católica do Quénia (KCCB), foi aberta uma investigação sobre a sua morte que se concluiu em 2007, tendo estabelecido que o Padre Kaiser fora assassinado e que a "teoria do suicídio" avançada pelo governo queniano e pelo FBI se baseava em noções preconcebidas. Até ao momento, porém, permanecem impunes os mandantes e os executores do seu assassinato - com Agência Fides.
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