Daniel Nunes - Colecionador de livros raros
Dulce Araújo - Vatican News
Intitulado “O livro mais valioso é aquele que nunca encontras”, o artigo, da autoria de Joaquim Arena, leva a conhecer a personalidade deste colecionador e a sua importante Biblioteca, em Lisboa, que conta uns 40 mil livros raros, avaliados em mais de 5 milhões de Euros. De entre essas raridades, o “Catecismo para os infiéis de Angola que professam a nossa santa fé” de 1620, mas também livros muito antigos sobre a escravatura, mapas, documentos sobre o antigo Ultramar português, etc. O seu grande interesse - revela Daniel Nunes - são livros sobre a África, continente pelo qual viajou muito e onde chegou a ser cooperante.
A sua Biblioteca tornou-se num local de romaria para estudantes universitários, de mestrado e doutoramento - afirma ao dialogar com o jornalista sobre o mundo dos leilões de livros raros e da sua expertise em reconhecer os elementos que podem determinar o valor de um livro raro.
Hoje, com quase 89 anos, mas pronto a ultrapassar largamente os 100, Daniel Nunes dedica muitas horas do seu dia à leitura. Além disso, trabalha na sua oficina de carpintaria, onde construiu com madeiras especiais e isolamento térmico as estantes, escadas, balaústre e mezanine da sua Biblioteca. Entretém-se também na sua horta em volta da casa, onde cultiva diversas árvores de fruto e tem galinhas, patos, coelhos, e assim por diante.
É assim que vive esse colecionador que adquiriu o seu primeiro livro da coleção - um Manual de Biologia e Toxicologia - por 10 tostões, em Lisboa, num alfarrabista, em 1953.
E quanto ao futuro de todo o espólio, diz que poderá passar para o Município de Oeiras ou de Lisboa ou mesmo para a Presidência da República Portuguesa. Cabo Verde, a sua terra de origem, não tem manifestado particular interesse.
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