Sudão do Sul. “Presença de tropas ugandesas no País deve ser resolvida por via diplomática”
Cidade do Vaticano
A intervenção do porta-voz militar sul sudanês acontece depois de no domingo 24 de setembro, as autoridades do condado de Kajo-Keji, no extremo sul do estado da Equatória Central, terem denunciado a presença de tropas do exército ugandês em território sul-sudanês, onde se teriam instalado estabelecendo um acampamento militar.
A fronteira entre Kajo-Keji (no Sudão do Sul) e Moyo (no Uganda) sempre foi particularmente "porosa", e era atravessada numa direcção ou noutra durante as guerras civis sudanesas que precederam o Acordo de Paz Global (AGP, acordo que deu origem ao Sudão do Sul com a sua secessão do Sudão). No entanto, na sequência do AGP e da independência do Sudão do Sul, a indefinição das fronteiras tem criado tensões e confrontos, em particular pelo controlo da área fértil em torno de Sunyu.
Se têm assim agravado as tensões entre os Kuku do Sudão do Sul e a comunidade fronteiriça ugandesa Mà'dí, resultando em violentos confrontos em Kajo-Keji e Moyo. Em 2014, teve lugar o confronto mais sangrento entre as duas comunidades. Segundo as autoridades locais, pelo menos 20 pessoas foram mortas e 200 casas incendiadas. Nos últimos tempos, ao longo da fronteira entre o Sudão do Sul e o Uganda, houve um aumento dos conflitos entre as comunidades em ambos os Países.
Segundo informações veiculadas pelos meios de comunicação social, conflitos fronteiriços semelhantes continuam a ocorrer ao longo do ponto fronteiriço entre o condado de Magwi (Sudão do Sul) e o distrito de Lamwo (Uganda). Em dezembro de 2015, o Sudão do Sul e o Uganda assinaram um memorando de entendimento para aliviar a tensão fronteiriça e permitir a demarcação da fronteira disputada com aproximadamente 470 quilómetros de extensão. No entanto, poucos progressos se fizeram desde então.
Um sinal de distensão foi oferecido pelo embaixador do Uganda em Juba, que apresentou o plano de nove pontos do seu governo para ajudar o Sudão do Sul a restaurar a sua economia em dificuldades. No centro do plano está o fortalecimento dos serviços de educação e saúde e a criação de condições para atrair investimentos estrangeiros para o País, a fim de diversificar a economia nacional que é 98% dependente de uma única fonte de rendimento: as exportações de petróleo.
Nos últimos dias, o Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, esteve em Moscovo, onde se encontrou com o seu homólogo russo, Vladimir Putin. No centro das conversações esteve a guerra civil no Sudão e a expansão das relações bilaterais entre os dois Países nos sectores da economia, desenvolvimento, comércio, energia e educação - com a Agência Fides.
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