Jeferson Tenório - Literatura com consciência
Dulce Araújo - Vatican News
Com três romances publicados e um passado de professor, Jeferson Tenório dedica-se atualmente mais a investigações, encontros e entrevistas sobre as temáticas dos seus livros e a sociedade brasileira em que se enquadram, focalizando sobre a vida dos negros nesse país ainda marcado pelo racismo estrutural.
Com um novo romance já na forja, Jeferson revela nas entrevistas que a sua preocupação maior quando escreve não é o ativismo político, mas sim a estética literarária. Para um ativismo mais explícito remete para os seus artigos de opinião no portal AOL e no jornal Zero Hora.
As suas numerosas entrevistas disponíveis no You Tube revelam alguns dos pilares da sua filosofia literária, tais como o estabelecer pontes entre a literatura considerada canónica e a vista como não canónica, o poder da literatura e dos livros (a que ele teve acesso muito tarde) na mudança da sociedade; o diálogo entre os arquétipos literários de escritores como Shakespeare e a mitologia brasileira de matriz africana; os escritores que mais influência têm tidos sobre ele, etc.
Enfim, o que ele pretende fazer emergir na sua escrita literária não é ficar pela cor da pele dos seus personagens, mas ir ao avesso da pele, ou seja, considerá-los pessoas humanas com toda a subjectividade existencial e assim despertar as consciências. Uma literatura com consciência como intitula Filinto Elísio (da Rosa de Porcelana Editora) a sua crónica que permite seguir melhor o percurso de Jeferson Tenório.
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