Três religiosas do Burkina Faso em missão no deserto argelino
Cidade do Vaticano
As três Irmãs, enviadas pela sua Congregação de Notre-Dame du Lac, não sabiam o que se esperava delas nesta cidade onde não há cristãos. As comunidades católicas "mais próximas" estão localizadas a cerca de 350 quilómetros de distância.
No Burkina Faso, dizem, quando uma religiosa é enviada para algum lugar, é-lhe atribuída uma tarefa específica, é-lhe dito exatamente o que precisa de fazer. Em Timimoun têm de substituir as Irmãs Missionárias de Nossa Senhora de África (Irmãs Brancas) que mudaram para uma outra região da Argélia. A princípio, cada atividade do dia a dia parecia um verdadeiro desafio. No entanto, decidiram arregaçar as mangas e começar a trabalhar, dando continuidade à atividade missionária iniciada pelas Irmãs Missionárias de Africa.
Irmã Pauline está envolvida na promoção da condição da mulher entre as mulheres de duas aldeias próximas. Reunidas numa casa, estas mulheres aprendem a costura. Outra irmã, também chamada Pauline, é responsável pelo apoio escolar às crianças da cidade, mas garante que a atividade escolar pode ser confiada a outras pessoas da cidade, por exemplo, professores aposentados, e decide trabalhar ao lado da irmã Bernadete para cuidar de pessoas com deficiência, porque é precisamente a assistência aos portadores de deficiência a vocação inicial das três Irmãs burquinabês.
Por isso, a Irmã Bernadette, a superiora, tenta compreender, em primeiro lugar, quantas famílias têm um filho com deficiência. Com o passar do tempo, as coisas mudam. Na primeira fase, os cuidados são realizados em casa; há poucas crianças, então as Irmãs também cuidam de alguns adultos.
O ponto de viragem aconteceu quando foi criada uma associação argelina para pessoas com deficiência, para apoiar as atividades das religiosas. O número de pedidos explodiu: hoje a associação atende 120 crianças menores de 15 anos. Até cinco voluntários ajudam as Irmãs no cuidado desses jovens, que são visitados duas ou três vezes por semana.
Para as três Irmãs, cada dia passado em Timimoun é também uma oportunidade para confirmar o seu batismo. No início, a população local ficou surpreendida por não serem muçulmanas e encorajou-as a converterem-se. Agora a sua presença como católicas é tolerada. A sua vida de oração é conhecida de todos, e as famílias em dificuldade pedem muitas vezes para as Irmãs rezarem por elas.
As religiosas olham para o futuro com confiança e podem contar com uma nova "recruta", a Irmã Suzanne. "Ela tem sorte", brinca a irmã Bernadette, "pelo menos antes de vir, pôde ter aulas de árabe e beneficiar de uma formação sobre a realidade do País, no Centro de Estudos da Arquidiocese de Argel” - con sisters project.
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