A. Cabral e a participação das mulheres na luta anticolonial
Dulce Araújo - Vatican News
Na quadra do Dia Internacional da Mulher, no ano do centenário de nascimento de Amílcar Cabral e em jeito de homenagem à ex-combatente guineense, ministra e parlamentar, Francisca Lucas Pereira, recentemente falecida, aos 84 anos de idade, o nosso programa semanal "África em Clave Cultural: personagens e eventos" revisitou o pensamento de Amílcar Cabral, líder da luta de libertação da Guiné-Bissau e de Cabo Verde que, segundo os analistas, estava muito à frente do seu tempo em matéria de igualdade de género.
É o que afirmam tanto o poeta e editor (Rosa de Porcelana Editora) Filinto Elísio, na sua crónica, como a historiadora, Ângela Coutinho, autora de estudos sobre a participação da mulher na luta de libertação da Guiné e de Cabo Verde e da invisibilização dessas mulheres, especialmente em Cabo Verde, no cenário pós-independência, e também, de forma geral, nos arquivos históricos. Um desses estudos é dedicado, específicamente, às cabo-verdianas que participaram na luta anticolonial.
Para Cabral - refere a autora - não podia haver libertação das terras da Guiné e de Cabo Verde sem a libertação das mulheres. Um princípio que não só declarava como punha também em prática e disso dão testemunho as mulheres que participaram na luta e que sempre se sentiram encorajadas por ele - sublinha a Drª Ângela Coutinho.
O mesmo refere a escritora, investigadora e política da Guiné-Bissau, Odete Semedo, citando a sua saudosa conterrânea, Francisca Lucas Pereira, que participou na luta de libertação ao lado de Amílcar Cabral, que ela conhecera ainda muito jovem, em Conacri.
Evocando essa figura sobre a qual está a escrever um livro com base numa ampla entrevista audio/vídeo realizada com ela em tempos bastante recentes, Odete Semedo enaltece as qualidades da Francisca Pereira, a sua calma, acutilância e capacidade de resolver os problemas sem criar conflito.
A emissão concluiu-se com esta breve mensagem tweet do Papa Francisco no dia 6 de março de 2024:
“Quando as vozes e experiências das mulheres são ouvidas, a sociedade como um todo fica profundamente enriquecida. Rezemos Juntos para que, através do encontro e do diálogo, o “gênio feminino” possa florescer no mundo de hoje”.
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