A África e a Revolução dos Cravos em Portugal

Dulce Araújo - Vatican News

O dia 25 de abril é feriado tanto em Itália como em Portugal por razões ligadas, embora em épocas diferentes, à libertação de ditaduras nazistas e fascistas.

No caso de Portugal, onde é conhecido por “Revolução dos Cravos” (1974), está associado também às lutas de libertação das então colónias portuguesas em África. Caso então para se interrogar sobre o papel da África no derrube do fascismo em Portugal.

Foi o que fizemos na emissão de hoje “África em Clave Cultural: personagens e eventos”, pondo a questão a Filomeno Lopes e ao parceiro nessa emissão, Filinto Elísio, da Rosa de Porcelana Editora. Ele está estes dias em Roma para tecer relações com vista na realização de eventos culturais importantes para a África, a Itália, a Igreja, e que têm a ver com novas interpretações do cinquentenário das independências das ex-colónias africanas de Portugal e das várias figuras que lutaram para essas independências. Uma delas é, sem dúvida alguma, Amílcar Cabral, para cujo centenário de nascimento a Rosa de Porcelana Editora tem em programa um colóquio internacional científico e uma homenagem literária no âmbito do "Festival Literatura Mundo do Sal", agendados para 10 a 16 de junho de 2024, na ilha do Sal, em Cabo Verde. Para essa ocasião, um conjunto de livros de ou sobre Amílcar Cabral está a ser preparado pela Rosa de Porcelana Editora.

Filinto Elisio e Filomeno Lopes durante a emissão

Já Filomeno Lopes, jornalista, filósofo, estudioso de questões africanas e autor de várias obras, acaba de publicar o livro em italiano “Amílcar Cabral: uma ponte entre a Itália e a África” que será apresentado no dia 30 de abril de 2024 no Palácio do Governo italiano. Será uma homenagem a Amílcar Cabral e uma reflexão sobre o tema “A diplomacia italiana e o contributo das religiões para a construção da paz nos PALOP, Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa”. O livro - explica o autor - é uma reflexão filosófica sobre a figura e a obra de Amílcar Cabral como líder, e sobre a solidariedade de pensamento que havia na altura entre a Itália e a África.