Continuam as atrocidades no Leste da RDC sob o silêncio da comunidade internacional
Cidade do Vaticano
O governo da República Democrática do Congo responsabiliza o movimento M23 e as forças armadas do vizinho Ruanda pelo bombardeamento dos dois campos de refugiados.
A situação no Kivu do Norte é dramática. Segundo a Coordenação da Sociedade Civil em Bukavu, os deslocados internos na província vizinha do Kivu do Sul são sete milhões. "As mulheres e as meninas são vítimas de violência sexual nos campos de deslocados, a taxa de subnutrição está a aumentar nas crianças, nas mulheres grávidas e nas mães lactantes", afirma. "O que espanta as pessoas comuns é o silêncio cúmplice da comunidade internacional, que está mais preocupada com o que está a acontecer na Ucrânia e na Faixa de Gaza, como se a vida de um congolês não contasse", afirma o comunicado, citado pela Agência Fides.
"Apesar da sua situação estratégica e da sua participação em várias estruturas regionais, o governo da RDC parece estar completamente ultrapassado pelos acontecimentos", afirma a Coordenação da Sociedade Civil.
A organização da sociedade civil recorda igualmente que, antes do massacre de 3 de maio, se tinham registado outras violações graves do direito humanitário. O bombardeamento do mercado central de Minova, no dia 29 de abril, enquanto a Cruz Vermelha distribuía alimentos e medicamentos aos deslocados; no mesmo dia, outra bomba tinha caído em Bushishi, a três quilómetros de Minova, perto de uma fonte de água; no dia 30 de abril, uma outra bomba havia caído na residência do diretor do centro hospitalar de Minova. Só esta localidade acolhe 69 centros para deslocados internos", recorda a Sociedade Civil de Bukavu, "que fugiram das atrocidades cometidas pelo M23 no território de Masisi e que são agora duplamente afectados, apesar de serem deslocados.
De acordo com a Coordenação da Sociedade Civil, o objetivo do M23 é "asfixiar as cidades de Goma, cortando todos os fornecimentos de alimentos provenientes do Kivu do Sul. É por isso que as embarcações no Lago Kivu também estão a ser bombardeadas".
A Coordenação da Sociedade Civil de Bukavu apela ao Conselho de Segurança da ONU para que encarregue o Procurador do Tribunal Penal Internacional de investigar os crimes cometidos contra os civis na região e para que imponha um embargo à venda de armas ao Ruanda e ao Uganda, acusados de apoiar o M23; por último, apela às organizações humanitárias para que venham em auxílio dos deslocados no Kivu do Norte – com a agência Fides.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui