Estudar A. Cabral do ponto de vista científico e epistemológico
Dulce Araújo - Vatican News
Decorre de 10 a 16 de junho de 2024, na ilha do Sal, em Cabo Verde, um duplo evento para marcar e homenagear Amílcar Cabral, no centenário do seu nascimento: o Colóquio “Centenário de Amílcar Cabral” e o “Festival de Literatura Mundo do Sal” que, pela sexta vez, leva àquela ilha escritores de vários quadrantes a fim de chamar atenção para as literaturas que se produzem pelo mundo fora e alargar o debate sobre os cânone literários já consolidados.
A cada edição, o Festival homenageia um escritor cabo-verdiano e um estrangeiro, mas este ano, dada a relevância da figura de Amílcar Cabral para a África e para o mundo, e de modo particular para Cabo Verde e a Guiné-Bissau, países para cuja libertação do colonialismo lutou, é ele o único homenageado, não faltando, todavia, um tributo ao grande poeta português, Luís de Camões, nos 500 anos do seu nascimento, assim como também ao escritor e Embaixador de Portugal na cidade da Praia, Paulo Lourenço, falecido na capital cabo-verdiana, repentinamente, no dia 25 de maio de 2024, aos 54 anos de idade.
É de tudo isso que fala Filinto Elísio na entrevista concedida à emissão semanal “África em Clave Cultural: personagens e eventos” do dia 6 de junho 2024 em que (na qualidade de principal organizador, juntamente com a Professora Márcia Souto, destes dois eventos produzidos pela Rosa de Porcelana Editora) explica que o Colóquio pretende estudar Amílcar Cabral científica e epistemologicamente, explorando diversos aspetos do seu legado.
E é nesta linha que Clara Silva, pedagoga e professora catedrática na Universidade de Florença explora a faceta do Cabral educador, fruto também de uma investigação conduzida juntamente com Marco Piazza, professor de História da Filosofia na Universidade Roma Tre, e que deu origem ao livro “Amílcar Cabral, Educador e Ativista da Libertação” a ser apresentado no âmbito do Colóquio na quarta-feira, 12 de junho.
Para além de dar o exemplo de alguns outros intervenientes no Colóquio, o escritor e editor Filinto Elísio, recorda também os objetivos do Festival (que tem a curadoria científica da santomense, Inocência Mata, docente de literatura na Universidade de Lisboa) e os passos em frente que pretendem dar com a edição deste ano e ainda como nele será também enaltecido o Cabral poeta e autor de vários escritos.
De salientar ainda, que no Colóquio não faltará na mesa “Cabral: Relações internacionais” uma intervenção sobre “A audiência do Papa Paulo VI a Amílcar Cabral, Agostinho Neto e Marcelino dos Santos” a cargo de Thulio Fonseca, da Rádio Vaticano, que também vai informando dia-a-dia sobre o desenrolar destes dois importantes momentos cientifico-culturais na ilha do Sal, como se pode ver/ler nesta página web.
Para além de estudiosos, jornalistas, escritores, analistas, em ambos os eventos intervêm elevadas figuras políticas de Cabo Verde e da Guiné-Bissau - recorda Filinto Elísio a concluir a entrevista.
Mas para colher o espírito deste duplo e articulado evento, nada melhor que ouvir o podcast da emissão.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui