P. Kambongo: “Excessiva partidarização prejudica a reconciliação entre os angolanos”
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
O Padre Paulino Kambongo é missionário redentorista, com 50 anos de vida religiosa. Actualmente a residir na missão do Vouga, na diocese do Kwito-Bié, recorda com amargura os momentos conturbados de guerra civil (1975 a 2002) que o País viveu, e agradece a Deus pelo dom da paz.
Angola trilha os caminhos da paz desde 2002, e no próximo ano, celebra 50 anos de independência nacional, o sacerdote angolano lamenta o facto de o País estar muito partidarizado e diz mesmo que este facto está a prejudicar a verdadeira reconciliação entre os angolanos.
O sacerdote manifesta igualmente preocupação com os cristãos que estão na política e que nada fazem para a resolução dos mais variados problemas que assolam o País.
“Quando o cristão se torna militante de um partido o seu ser cristão é subalternizado por ele próprio, esta é a realidade de muitos”, lamenta o sacerdote.
Na doutrina da Igreja o cristão católico deve ser aquele que implanta na sociedade a realidade do evangelho, facto que não está a ser bem compreendido por alguns cristãos que temem pelos seus cargos políticos, relegando a fé cristã para o segundo plano, refere o sacerdote.
Os evangelizadores têm igualmente responsabilidade, afirma o missionário, que faz “mea culpa”, assumindo falhas no processo de evangelização dos povos que, na sua visão, ainda não atingiu o verdadeiro objectivo deixado por Cristo, “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for baptizado será salvo, mas quem não crer será condenado”, esclarece o missionário.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui